Novo órgão vai ser criado para o controle do tráfego aéreo
O Ministério da Aeronáutica informou neste sábado (31), por meio de nota à imprensa, que propôs que os controladores de vôo passem a exercer, independente de serem civis ou militares, o controle do tráfego aéreo sob o comando do Ministério da Defesa, que passaria a ter "natureza civil". Entretanto, destaca que a Aeronáutica continuará com o controle do espaço aéreo brasileiro.
Aeroportos têm movimento mais tranqüilo, apesar dos atrasos
Os aeroportos do país permanecem com movimentação tranqüila neste domingo, se comparada à manhã de sábado. Infraero informou que, até as 18h20m deste domingo, 20,4% dos vôos programados (1.127 no total) estavam com atraso acima de uma hora, com 1,6% de cancelamento. O percentual é inferior aos 26% registrados pela manhã.
Acordo com governo põe fim à greve dos controladores
Depois de horas de caos nos aeroportos, o ministro Franklin Martins (Comunicação Social) anunciou que o governo conseguiu fechar um acordo com os controladores aéreos, que promoveram uma paralisação em todo o país. O ministrou relatou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a situação de "gravíssima" e pediu o retorno da normalidade no setor.
A situação deverá retornar à normalidade nos aeroportos do país até, no máximo, as 22h da segunda-feira (2), avaliou o presidente da Infraero, José Carlos Pereira. "Acredito que toda a malha já deve estar recomposta amanhã por volta de 21h, 22h. Acho que o país está normalizado", informou. Neste domingo, até as 18h20, um em cada cinco vôos tiveram atrasos superiores a uma hora. Belém, Brasília, Salvador e Guarulhos (São Paulo) foram os aeroportos com mais vôos atrasados.
Segundo o presidente da Infraero, a situação que se desenhou na última sexta-feira, com a paralisação dos vôos em todo o país, devido à greve dos controladores de tráfego aéreo, foi "gravíssima". "Eu estava acompanhando de perto e posso dizer que o país inteiro entrou em colapso. A medida tomada pelo governo [negociação com os controladores] foi emergencial. Aquela medida de última instância. Desdobramentos podem ocorrer. Mas tudo pode ser controlado", disse ele.
Pereira disse ainda que havia a possibilidade de o Brasil ter entrado em uma "situação dramática" com a interdição do espaço aéreo brasileiro. "Outros países poderiam declarar o país interditado por insegurança no tráfego aéreo. Isso seria terrível para o país. Além de todo o tumulto nos aeroportos, nós tínhamos outros problemas graves pela frente e isso precisava se detido de qualquer forma. Então, a decisão [de negociar] deteve e parou a hemorragia. Naquele momento, acredito que o presidente não tinha outra solução", afirmou o presidente da Infraero.
Na avaliação de Pereira, não houve um episódio claro de quebra de hierarquia. Isso porque, em sua visão, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, é o comandante supremo das Forças Armadas. "Então o comandante supremo nunca quebra a hierarquia. Essa é uma regra básica. Uma determinação do comandante supremo é para ser seguida e obedecida. O comandante existe para tomar medidas arriscadas. Acho que não tinha outra. A Aeronáutica, até onde eu sei, está tranquila", disse ele.
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