Sem avanços
Dados encaminhados à são de domínio público, diz Vital do Rêgo
Folhapress
O presidente da CPMI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse ontem que os documentos encaminhados hoje à comissão pela construtora Delta reúnem apenas informações sobre a empresa que são de domínio público, como seus balanços contábeis e detalhes de suas atividades.
Segundo o senador, os documentos vão ficar disponíveis na página da CPMI na internet depois que forem digitalizados.
A CPMI já recebeu mais de 160 requerimentos de seus integrantes com pedidos de convocações e remessas de documentos à comissão. Além da convocação de Cachoeira, do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e do empresário Fernando Cavendish, que se afastou do comando da Delta, parte dos integrantes da CPI fez pedidos como a convocação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Eles têm de ser votados pelo plenário da CPMI para que os pedidos sejam atendidos.
O engenheiro Carlos Alberto Verdini, novo presidente do Conselho de Administração da Delta Construções, empresa envolvida no escândalo da máfia dos caça-níqueis, foi ao Senado ontem para entregar documentos à CPI mista que investigará o envolvimento do empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com parlamentares e outros agentes. A iniciativa ocorreu horas após a prisão do ex-diretor da Delta para o Centro-Oeste Cláudio Abreu apontado como braço direito do contraventor. Além disso, ontem de manhã, a empresa comunicou o afastamento do diretor Carlos Pacheco e de Fernando Cavedish do comando cargo assumido por Verdini.
Enquanto caminhava pelos salões do Congresso em direção à presidência do Senado, Verdini evitou comentar sobre a situação de Abreu, Cavendish e Pacheco. "Temos de preservar nossos 35 mil colaboradores e a continuidade de uma empresa de meio século."
A posição da empresa é de se colocar à disposição para que se apure o caso a fundo, disse Verdini, em uma chegada tumultuada ao Congresso, diante de um grande grupo de profissionais da imprensa. A Delta está no centro das investigações que apuram denúncias de uma rede de corrupção encabeçada por Cachoeira. As suspeitas da Polícia Federal são de que a construtora teria alimentado doações eleitorais repassadas por Cachoeira.
Acuada pelas denúncias, a Delta já começou um movimento de abandono de grandes obras, como a sua participação nos consórcios que tocam a reforma do Maracanã e a construção de um polo petroquímico no Rio de Janeiro. Com 25 mil empregados diretos e 5 mil indiretos, a empresa tenta agora evitar o efeito dominó que atingirá outros projetos.
Assessores da Delta divulgaram um comunicado de duas páginas com 11 pontos. No documento, a empresa "lamenta" episódios ligados a Cachoeira envolvendo seus funcionários. "Foi determinada a realização de uma ampla auditoria nos assentamentos da empresa para averiguar todas as práticas de responsabilidade da diretoria do Centro-Oeste. O objetivo é o de verificar, com base nos dados imediatamente disponíveis à empresa, em que extensão essas ações foram executadas, burlando os procedimentos de controle praticados na companhia", diz um dos pontos.
No comunicado, a Delta diz que as conclusões e documentos da auditoria serão colocados à disposição das autoridades.
Operação
A ação que resultou na prisão de Abreu ontem faz parte da operação Saint-Michel um desdobramento da Operação Monte Carlo que prendeu Cachoeira. A operação cumpre ainda mandados nas cidades de Brasília e São Paulo.
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