Depois de decidir anular a tramitação do impeachment de Dilma Rousseff, o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), começou a sofrer investidas de todos os lados.
No campo pessoal, há forte pressão sobre a cúpula de seu partido para que ele seja expulso da sigla. Institucionalmente, a tentativa é que as decisões da Mesa Diretora tenham importância equivalente às dele e, nesse caso, em votação, os integrantes possam derrubar deliberação do deputado. Ricardo Izar (PP-SP) está convocando reunião para a manhã desta terça (10).
No despacho, que será publicado na edição do “Diário Oficial da Câmara” desta terça (10), o deputado derruba as sessões do plenário ocorridas entre 15 e 17 de abril e determina que o processo, hoje no Senado, retorne à Câmara.
O presidente interino disse que os partidos não poderiam ter fechado questão ou orientado o voto de seus deputados. Para Maranhão, “os parlamentares deveriam votar de acordo com suas convicções pessoais e livremente”.
O pepista também diz que o fato de os deputados terem anunciado publicamente seus votos caracteriza pré-julgamento e clara ofensa ao amplo direito de defesa consagrado pela Constituição.
Para membros do PP, as argumentações de Waldir Maranhão demonstram falta de preocupação com o partido. “Ele deveria entender que o cargo que ocupa, de vice-presidente da Câmara, no caso, agora, de presidente interino, não é dele, é do PP. E, por isso, deveria pensar melhor nos seus atos.”
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Leia a matéria completaMaranhão votou a favor de Dilma no dia 17 de abril, na Câmara. Enquanto ainda estava no púlpito montado no centro do plenário, deputados gritaram “pixuleco do Lula” para ele, e disseram que ele foi comprado. O PP fechou questão a favor do impeachment de Dilma.
Após a intervenção do presidente do partido, o senador Ciro Nogueira (PI), ele foi afastado da presidência do PP maranhense no dia seguinte à votação do impeachment na Câmara, em 18 de abril.
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