Subiu para quatro o número de policiais mortos durante o fim de semana em todo o estado de São Paulo. Um vigia da Justiça Federal também foi assassinado durante o trabalho, na Avenida Paulista. Todas as mortes ocorreram no sábado, mas duas delas só foram divulgadas nesta segunda-feira. Na capital, dois policiais militares e o segurança foram executados. No interior do estado, dois policiais civis morreram em confronto com assaltantes.
Em Guaratinguetá, o carcereiro Edgard Roberto Zaccariotto foi morto quando tentava evitar a um assalto a um estabelecimento comercial, por volta de 19h30 de sábado. Ouve troca de tiros e Zaccariotto foi baleado na cabeça. Um assaltante, Tatiano de Souza Ledivino, foi ferido na perna e está internado. O comparsa dele, Everton Jonas Gonçalves da Silva, conseguiu fugir. Em Registro, o investigador Onofre Moreira de Lima Filho foi morto com nove tiros, ao tentar evitar assalto a um bingo da cidade. Todos os criminosos fugiram.
Ainda na noite de sábado, um cabo e um sargento reformado da Polícia Militar foram executados na capital paulista. O vigia da Justiça Federal Francisco de Assis Tavares foi morto de madrugada. A princípio, a polícia descarta que a morte do sargento tenha ligação com a facção criminosa suspeita de, em onze dias, matar sete funcionários do sistema penitenciário.
O sargento reformado Roberto Alves da Silva, de 47 anos, foi executado com 19 tiros dentro de uma farmácia na Estrada de Mogi das Cruzes, região da Ponte Rasa, zona leste de São Paulo, por volta das 21h de sábado. O secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, porém, descartou a possibilidade de a morte estar ligada a ataques de facções criminosas:
-É uma questão envolvendo discussão pessoal. Poderia ter acontecido com um médico, um dentista, com qualquer um - afirmou.
A outra morte ocorreu por volta das 23h30m, em Heliópolis, na zona sul de São Paulo. O cabo do 21º BPM José Tibiriçá da Silva, de 33 anos, foi morto no bar de sua mãe enquanto jogava bilhar. Ele estava de folga, sem uniforme. Segundo a polícia, dois rapazes negros chegaram ao local numa moto com a placa coberta, entraram no bar com máscaras e deram cinco tiros no tórax do policial antes de fugir.
Além dos assassinatos, criminosos atacaram outros dois PMs, que não se feriram. O soldado da Polícia Militar Valdo Leôncio de Lima, de 30 anos, foi alvo de dois bandidos em uma moto, que dispararam contra seu carro por volta das 5h30 deste domingo, na Rodovia Ayrton Senna, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
Lima contou à polícia que seguia pela rodovia quando dois homens em uma moto começaram a atirar contra seu Fiat Siena. Apenas um dos tiros atingiu o veículo e estilhaçou o vidro traseiro. Segundo o boletim de ocorrência, registrado no 4º Distrito Policial de Guarulhos como tentativa de homicídio, o soldado contou que, pela ação ter sido muito rápida, não teve tempo de perceber as características dos homens, que usavam capacetes. Os criminosos fugiram e, até ontem, não haviam sido presos.
Ainda no sábado, por volta das 20h, na Vila Iolanda, uma bomba de fabricação caseira explodiu na garagem da casa de um PM. Ele estava trabalhando no horário e ninguém ficou ferido.
O governo prometeu anunciar nesta segunda-feira novas medidas para enfrentar a crise no sistema prisional e garantir a defesa dos agentes penitenciários. O anúncio deve ser feito pelo governador Cláudio Lembo nesta tarde.
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