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O clima ainda é bastante tenso nos presídios paulistas. Os agentes decidiram manter o protesto contra os ataques contra colegas. Nos últimos dez dias, cinco agentes e um carcereiro foram mortos. De acordo com os dois sindicatos da categoria, cerca de 45 unidades aderiram à paralisação. O governo confirma apenas 19 unidades. Nestes presídios, as visitas de fim de semana foram suspensas, assim como a entrega de alimentos e outros bens feita por parentes. Apenas alimentação, assistência médica e soltura são as tarefas executadas normalmente.

A nova paralisação é um protesto pela morte do agente penitenciário Paulo Gilberto de Araújo, que ocorreu na manhã de sexta-feira. No sábado, o vigia da Justiça Federal Francisco de Assis Tavares foi morto na Avenida Paulista. A polícia ainda investiga o envolvimento do crime organizado em mais essa morte. Se essa hipótese for confirmada, será o primeiro atentado contra alvos federais. Para tentar se defender, os agentes já andam até com as placas dos carros cobertos .

As regiões do estado mais afetadas pela greve dos agentes, segundo a secretaria, foram a área metropolitana de São Paulo e a zona oeste do estado, onde nove unidades ficaram paradas.

- Algumas regiões não aderiram à paralisação, principalmente fora da Grande São Paulo, porque o pessoal ficou com receio de atrapalhar a visita (dos familiares aos presos) e ter problemas depois - disse o presidente do Sifuspesp, João Machado.

No Centro de Detenção Provisória (CDP) de Araraquara, mesmo depois da transferência de 117 presos que estavam doentes, o clima ainda é bastante tenso . Os detentos receberam tratamento médico numa ala ao lado, no próprio presídio. As portas soldadas foram abertas e, depois que os doentes receberam tratamento, foram lacradas novamente. Os detentos reclamaram que não receberam tratamento adequado, mas as autoridades negam.

Desde o dia 16 de junho, quando houve uma rebelião no local, 1.443 presos ficaram confinados em um espaço com capacidade para apenas 160 pessoas. A situação também é precária na Penitenciária II de Itirapina, no interior do estado . Mil e duzentos e cinqüenta presos se amontoam numa ala projetada para 150 pessoas. Dois pavilhões foram destruídos em maio.

De acordo com o diretor da penitenciária, o prejuízo causado pelos detentos chega à R$ 7 milhões. Ainda não há previsão para o início das obras de recuperação do prédio. A Secretaria de Administração Penitenciária informou que os presídios de Araraquara e de Itirapina vão ser reformados em regime de urgência. As obras em Araraquara devem começar na próxima semana.

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