A forte chuva que atingiu o estado do Rio de Janeiro nesta semana deixou seis vítimas fatais, a maioria menor de idade. Um desabamento de um muro de contenção no Conjunto de Favelas do Alemão, no subúrbio, matou três crianças e deixou uma ferida.
Segundo a Defesa Civil, Bruno Costa Silveira, de 2 anos, Vitor Hugo Freitas Rocha e Erick Freitas Ferreira, ambos de 3 anos, e Felipe Costa da Silva, de 14 anos, foram atingidas pelos escombros.
Em Mesquita, na Baixada Fluminense, o menino Ronaldo da Silva Ribeiro, de 9 anos, caiu em um bueiro no bairro Santo Elias, e foi encontrado morto em Jacotinga na quarta-feira (24). Segundo a Secretaria de Saúde de Mesquita, o menino chegou a ser levado para o posto de saúde em Mesquita, mas não sobreviveu.
Na capital, Rodrigo Sardinha Fagundes, 17 anos, morreu eletrocutado na tarde de quarta-feira (24) ao ser atingido por um fio da rede elétrica na Ilha de Guaratiba, na Zona Oeste. Seis pessoas foram desalojadas de suas casas no Morro do Vidigal, na Zona Sul, por causa de um deslizamento de terra.
A Defesa Civil confirmou na tarde de quinta-feira (25) mais uma morte. Segundo a Defesa, Maria Cristina Lacerda, de 43 anos, teria morrido afogada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A mulher teria passado mal e desmaiado no chão de casa, que estava com água da chuva.
Segundo o coronel Souza Filho, diretor geral da Defesa Civil, Maria caiu com o rosto virado para a água e provavelmente morreu afogada, no entanto, apenas o laudo do Instituto Médico-Legal (IML) pode constatar se a causa da morte foi afogamento.
Tempo melhoraDepois de quatro dias de chuvas intensas e deslizamentos, o tempo no Rio de Janeiro melhorou. Operários da Prefeitura do Rio iniciaram os trabalhos de remoção de toneladas de terra que bloquearam um das entradas do Túnel Rebouças, a principal ligação entre as Zonas Norte e Sul da cidade.
De acordo com a Prefeitura do Rio de Janeiro, depois que toda a terra solta for removida, um imenso muro de contenção será construído sobre a estrutura do túnel.
A Secretaria municipal de Obras informou que até o ínicio da noite de sexta-feira (26) já foram retirados 60 caminhões de terra da encosta sobre a galeria do Túnel Rebouças, no Cosme Velho, na Zona Sul do Rio. Cada caminhão tem cerca de dez metros cúbicos de capacidade.
Uma torre de telefonia celular desativada, que corria o risco de despencar, foi retirada durante a tarde por técnicos do departamento de operações especiais da Prefeitura do Rio.
Desde a terça-feira de noite, o Túnel Rebouças, maior ligação entre as zonas Sul e Norte, está bloqueado por causa do deslizamento de terra sobre a galeria do túnel. Segundo contas da Secretaria de Obras do município, o deslizamento movimentou aproximadamente 7 mil toneladas de lama, terra e barro. Carros-pipa e mangueirasCom a volta do sol, os bombeiros passaram a sexta-feira usando carros-pipa e mangueiras para jorrar água sobre a encosta do Rebouças e fazer escoar toda a terra acumulada sobre a entrada do túnel. Quando um grande volume de terra se acumula, caminhões da Comlurb recolhem o material para que os bombeiros voltem a jorrar água.
A Secretaria municipal de Obras ainda não tem estimativa de quando terminará o trabalho de escoamento da terra. Quando essa etapa for concluída, a subida de uma retro-escavadeira deverá acelerar o processo de desobstrução. Com a máquina, os trabalhos seriam concluídos no prazo de 48 a 72 horas.
Ainda não é possível uilizar a retro-escavadeira, porque o terreno está muito instável, sujeito a deslizamentos.
O trabalho de limpeza ficou mais eficiente depois que a Cedae - a companhia estadual de água do Rio de Janeiro - aumentou a pressão da água nas tubulações que chegam ao Cosme Velho. O major Emerson Leão, responsável pela coordenação das atividades na área, informou que cerca de 180 mil litros de água já foram utilizados na operação.
A lama que escoou da encosta com a operação dos bombeiros desceu para a Rua Cosme Velho.
A secretaria de Obras informou que os planos a médio prazo, após retomado o tráfego normal na via, é a construção de um paredão de concreto em toda a encosta. As obras durariam cerca de seis meses.