A bancada do oposicionista Solidariedade (SD) declarou na tarde desta terça-feira (11) apoio à candidatura do peemedebista Eduardo Cunha (RJ) à presidência da Câmara dos Deputados. Cunha deverá ter a adesão de cinco partidos ao seu nome: PMDB, PTB, PR, PSC e SD.
Apresar de liderar na Câmara o maior partido aliado ao PT na coalizão de Dilma Rousseff, Cunha não é bem visto pelo Planalto pela razão, entre outras, de ter liderado rebeliões contra o governo no ano passado.
A eleição para a Presidência da Câmara será realizada no início de fevereiro. O PT deverá lançar candidato para concorrer com Cunha. Os grandes partidos de oposição também estudam lançar um nome.A declaração de apoio do Solidariedade foi dada após almoço na sede do partido, no Lago Sul, região nobre de Brasília.Entre os presentes estava o deputado Luiz Argôlo (SD-BA), que teve seu pedido de cassação aprovado pelo Conselho de Ética da Câmara sob a acusação de receber dinheiro e favores do doleiro Alberto Youssef.
A acusação contra o deputado tem como base a operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que aponta um esquema de corrupção na Petrobras. Youssef, um dos integrantes do esquema, fez acordo de delação premiada com a Justiça. Segundo participantes do almoço, Argôlo não falou e saiu antes do término da reunião.
Centro
O líder da bancada do Solidariedade, Fernando Francischini (PR), afirmou que o apoio a Eduardo Cunha visa evitar que o PT se torne hegemônico no poder federal. "Ele é a única oportunidade que temos para derrotar o PT."
Pressionado pelo vice-presidente da República, Michel Temer, um dos caciques do PMDB, Cunha voltou a dizer que sua candidatura não é de oposição, mas sim uma candidatura para "colocar o Parlamento em primeiro lugar, sem submissão ao governo nem transformando-o em palanque oposicionista".
Mas fez ameaças veladas caso tenha seu nome boicotado. "O que não pode é o governo se intrometer na discussão de candidaturas, pois ele terá que assumir sequelas caso faça isso. Queiram ou não, o PMDB é aliado do governo e eu sou o líder da bancada do PMDB."
Mais cedo ele se encontrou com Temer e com os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Relações Institucionais). Ele negou que a sucessão na Câmara tenha sido abordada na reunião.
O apoio do PR a Cunha pode não vingar como o esperado. O partido pode rachar, motivado pela expectativa da reforma ministerial da presidente Dilma Rousseff para o seu segundo mandato. Parte dos deputados avalia que o entendimento com Cunha enfraquece o partido para a definição de espaço na Esplanada dos Ministérios.Os deputados da legenda se reúnem na noite desta terça-feira (11) num jantar para discutir uma posição para a sucessão no comando da Câmara.
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