Os novos partidos Solidariedade e Pros (Partido Republicano da Ordem Social) só devem contar com um quadro de funcionários na Câmara em 2014. A articulação das legendas recém-criados não teve resultado: o comando da Casa rejeitou a proposta de criação de cargos, argumentando que não há previsão orçamentária para atender a demanda.

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A expectativa das legendas era conquistar pelo menos 20 funcionários. Eles seriam indicados para trabalhar principalmente em plenário, auxiliando as bancadas em votações. Em contrapartida, as siglas asseguraram gabinetes que devem ser entregues em 15 dias e também a permanência de seus deputados nas atuais comissões que foram indicados pelos antigos partidos.

Segundo líderes dos dois partidos, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), se comprometeu a remanejar servidores da Casa até a questão ser resolvida no ano que vem.

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Com 20 deputados, o Solidariedade deve contar nos próximos três meses com cinco funcionários. Pela resolução número 1, de 2007, da Câmara dos Deputados, as lideranças de partidos com bancadas que variam entre 22 e 30 deputados têm direito a 68 funcionários cada.

"Isso dificulta nossa atuação na Casa. Nessa primeira semana tive que recorrer a assessores emprestados de outros partidos para resolver questões durante as votações", disse o presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira (SP).

A situação não é diferente no Pros, que filiou 17 parlamentares e espera a indicação de até dez auxiliares para trabalharem até o fim do ano. Pelas regras da Câmara, lideranças de legendas com bancadas entre 17 a 21 deputados podem requerer até 51 cargos.

"Essa decisão prejudica, mas não vamos morrer por falta de cargo. Estamos com todo gás", disse o líder, Givaldo Carimbão (AL).

Os dois partidos foram oficializados pela Justiça Eleitoral há duas semanas e impulsionaram um troca-troca de partido, atraindo parlamentares com promessas de verbas, controle partidário nos Estados e mais espaço na propaganda eleitoral na TV.

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Os dois partidos adotaram táticas diferentes para a estreia no Legislativo. Independente, o Solidariedade procurou PSB, PPS, DEM e PSD para tentar criar um bloco temático.

A ideia, que será discutida na próxima semana, é formar um grupo de parlamentares para garantir a aprovação de uma proposta. Uma dos temas seria o fim do fator previdenciário. "Vamos trabalhar para garantir a aprovação do tema. Se não votar, não vota mais nada", disse Paulinho.Apesar de prometer garantir governabilidade à presidente Dilma Rousseff, o Pros chegou a dificultar a votação da medida provisória que criou o Mais Médicos, vitrine eleitoral da presidente, numa cobrança de mais atenção do Planalto. A bancada só recuou após telefonema e encontro com o ministro Alexandre Padilha (Saúde). Nos bastidores, os deputados já discutem se vão reivindicar cargos no governo.

Em outra frente, o presidente do Pros, Eurípedes Júnior, começou a trabalhar na criação de um livro para contar como um dono de uma casa simples vendeu tudo que tinha para transformar em realidade seu sonho de criar um partido.