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Edson Ribeiro está nos Estados Unidos e é alvo de buscas da polícia internacional. | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Edson Ribeiro está nos Estados Unidos e é alvo de buscas da polícia internacional.| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki autorizou a inclusão no alerta vermelho da Interpol do nome do advogado Edson Ribeiro, que trabalhava com o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e que, segundo a acusação, negociou venda do acordo de delação premiada dele com o senador Delcídio Amaral (PT-MS).

Ribeiro, que viajou para os Estados Unidos, teve a prisão decretada pelo STF nesta quarta-feira (25) junto com a do senador, do banqueiro André Esteves e de um servidor do Senado acusados de atrapalhar as investigações do esquema de corrupção da Petrobras. Esse é o aviso máximo de busca em todo o mundo, e atinge 190 países. Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF, atendeu a um pedido da Polícia Federal.

Segundo a reportagem apurou, na noite desta quarta a PF teria localizado o paradeiro de Ribeiro nos EUA, mas ele ainda não teria sido preso.

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Na semana passada, integrantes do grupo de trabalho da Operação Lava Jato na Procuradoria Geral da República receberam um telefonema de outra advogada de Nestor Cerveró, Alessi Brandão. Na conversa, ela contou que havia uma gravação de reunião com o senador tentando impedir a delação premiada do ex-diretor.

Gravação

A gravação fora feita pelo filho de Cerveró, Bernardo, por estar desconfiado que Edson Ribeiro estaria fazendo um “jogo-duplo”: atrapalhando o acordo de delação de seu pai para ganhar dinheiro de um acordo com Delcídio e excluir nomes da delação.

Os procuradores se interessaram pelo material. No mesmo dia, a advogada Alessi Brandão pegou um avião e foi a Brasília encontrá-los, levando a gravação. Chegou por volta das 21h. Conversaram e ouviram a gravação, de uma hora e meia. Naquele dia, o expediente só se encerrou após a meia-noite na PGR.

A conversa havia sido gravada por Bernardo no último dia 4 de novembro, em um quarto de hotel em Brasília. Contou com a presença do advogado Edson Ribeiro, do senador Delcídio e do seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, todos alvos de prisão. Antes da reunião, todos guardaram os celulares, para evitar gravações. Mas Bernardo havia levado um aparelho extra para conseguir gravar.

No dia seguinte ao encontro na PGR (19), procuradores saíram de Brasília e foram até o Rio de Janeiro para obter um depoimento de Bernardo e até Curitiba para ouvir Cerveró. Ambos confirmaram a história.

Depois, os procuradores passaram a preparar os pedidos de prisão.

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