A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou mais dois pedidos de abertura de inquérito no âmbito da Lava Jato contra o senador Fernando Collor (PTB-AL) ao Supremo Tribunal Federal (STF). O conteúdo dos documentos encaminhados à Corte, protocolados nesta quarta-feira, 18, é mantido sob sigilo no Tribunal e será encaminhados ao ministro Teori Zavascki, relator dos processos sobre o esquema de corrupção na Petrobras.
Pelo sistema do STF, até o momento, só é possível saber que os dois novos casos são apurações sobre corrupção passiva. Os novos inquéritos têm como base duas petições mantidas ocultas no Supremo - procedimento que costuma ser usado para abrigar delações premiadas ainda em segredo.
O senador e ex-presidente da República já foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF pela suposta prática de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Collor também é alvo de outros dois inquéritos no âmbito da Lava Jato, o mais recente foi aberto na semana passada.
A denúncia feita pelo procurador-geral contra Collor aponta um suposto esquema de uso de carros de luxo para lavagem de dinheiro. Os veículos teriam sido adquiridos com dinheiro de propina. O doleiro Alberto Youssef informou à Polícia Federal em delação premiada que entregou ao senador R$ 60 mil em espécie por meio de Rafael Ângulo. A Polícia Federal também comprovou oito depósitos feitos em nome do senador, que também foi citado na delação de Fernando Baiano.
A Polícia Federal chegou a apreender cinco carros de luxo de Collor durante uma das fases da Lava Jato. No mês passado, no entanto, o ministro Teori Zavascki atendeu a um pedido feito pela defesa do senador, que alegou que os veículos demandam cuidados especiais, e devolveu quatro carros à guarda de Collor.
O senador vem negando veementemente qualquer envolvimento em irregularidades.