Um documento do Supremo Tribunal Federal (STF), disponível no site da instituição, revela que mais 13 políticos estão sendo investigados pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF) por suposto envolvimento no esquema gafanhoto dentro da Assembleia Legislativa do Paraná. Ao todo são 63 deputados e ex-deputados os alvos da investigação por suposta prática de crimes de peculato (desvio de dinheiro público), tributário, estelionato, sonegação fiscal e formação de quadrilha.
Confira a lista completa dos suspeitos de envolvimento no esquema gafanhoto
O esquema gafanhoto, investigado desde 2005, consiste no depósito de salário de mais um servidor numa única conta bancária. Em um dos casos, até 16 pessoas recebiam os vencimentos da Assembleia em uma única conta-corrente. Essas contas eram movimentadas por terceiros e, em alguns casos, pelos próprios parlamentares ou pessoas próximas a eles. A prática levantou a suspeita do MPF de crime de desvio de dinheiro público.
O documento do Supremo amplia a lista dos suspeitos, de 50 para 63, e revela os novos investigados. São eles os atuais deputados federais André Vargas (PT), Carlos Roberto Massa Júnior (Ratinho Jr., do PSC) e Cezar Silvestri (PPS). Além deles, segundo levantamento feito pela reportagem junto a fontes da PF e do MPF, são suspeitos de envolvimento os atuais deputados estaduais Cleiton Kielse (PMDB), Felipe Lucas (PPS), Mauro Moraes (PMDB), Luiz Nishimori (PSDB) e os ex-deputados Antônio Toti Colaço Vaz, Elza Correia, César Seleme, Natálio Stica (que hoje ocupa o cargo de diretor comercial da Sanepar) e Vanderlei Iensen (diretor-presidente da Companhia de Informática do Paraná). Todos eles figuram no procedimento investigatório da PF, ao qual a reportagem teve acesso. O 13º nome não foi identificado.
Rastreamento
A PF chegou até o nome dos 63 deputados e ex-políticos depois que solicitou à Assembleia e a instituições bancárias a relação de funcionários que recebiam salários numa mesma conta bancária. O levantamento revelou que em apenas 74 contas eram depositados recebiam os vencimentos de 450 funcionários média de seis servidores. A partir desta informação, a PF identificou os gabinetes a que essas pessoas estavam ligadas e chegou ao nome de 63 políticos. Para cada conta suspeita, a PF abriu um inquérito policial.