Advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltaram a bater boca com o juiz Sergio Moro durante a audiência desta segunda-feira (13). O magistrado é responsável pelo julgamento dos processos da Operação Lava Jato em Curitiba na primeira instância.

CARREGANDO :)

O juiz foi interrompido pelos defensores de Lula, que se incomodaram com a forma como o magistrado insistiu em saber do ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli se ele sabia os motivos que levaram à substituição de Nestor Cerveró na diretoria Internacional da Petrobras. As investigações apontam que a mudança foi em atendimento a pedido do PMDB.

Pelo vídeo divulgado no sistema processual da Justiça Federal em Curitiba, não é possível saber que defensores bateram boca com o magistrado. Estavam presentes como representantes de Lula Cristiano Zanin Martins, Juarez Cirino dos Santos e June Cirino dos Santos.

Publicidade

“Estou fazendo perguntas, doutor”, disse Moro ao ser interrompido pelos advogados.

“Vossa excelência está insistindo”, reclamou um dos advogados.

O juiz respondeu. “Eu estou fazendo as perguntas, doutor, não estou induzindo”.

Um dos advogados de Lula interviu. “São perguntas já respondidas”.

“Eu ouvi pacientemente as perguntas da defesa e do Ministério Público. Eu estou fazendo minhas perguntas. Certo?”, respondeu Moro.

Publicidade

Um dos advogados deu prosseguimento ao bate-boca. “Mas suas perguntas são as perguntas de um inquisidor, e não as perguntas de um juiz”.

Moro respondeu. “Doutor, respeite o juízo”.

Primeiro bate-boca foi em novembro de 2016

Em novembro do ano passado, Moro já havia batido boca com o advogado José Roberto Batochio, que acusou o juiz de parcialidade. Batochio chegou a afirmar que “o juiz não é o dono do processo” e sugeriu que Moro queria “suprimir a defesa” com suas atitudes.

“Eu imaginei que isso tivesse sido sepultado em 1945, e vejo que ressurge aqui, nesta região agrícola do nosso país”. afirmou, na ocasião.

Moro rebateu. “A defesa está tumultuando a audiência, levantando questão de ordem atrás de questão de ordem. É inapropriado”.

Publicidade