O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) disse nesta terça-feira, durante depoimento no Conselho de Ética do Senado, que o presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), mentiu ao reproduzir, também no Conselho, uma declaração do senador sobre envolvimento de parlamentares com cobrança de propina para apresentação de emendas. A conversa entre Biscaia e Suassuna teria ocorrido na sala da CPI, no início das investigações:
- O senhor não sabia que 90% dos parlamentares tiram uma beirada das emendas? - teria perguntado Suassuna.
Biscaia disse que reagiu:
- Senador, eu desconhecia que 90% dos parlamentares cometem crimes.
O senador Jefferson Peres (PDT-AM), relator do processo de Suassuna questionou por que Biscaia teria agido dessa forma e Suassuna respondeu:
- Por vaidade, pura vaidade, ele tem os holofotes a seu favor - afirmou o senador, chegando a dizer que deve acionar o Conselho de Ética da Câmara contra o deputado Biscaia.
Durante o depoimento nesta terça-feira, Suassuna negou ainda ter participado do esquema de fraudes para a compra superfaturada de ambulânciaspor meio de emendas parlamentares ao Orçamento da União ou mesmo conhecer os acusados de envolvimento com a máfia. O senador disse ainda que uma assinatura sua foi falsificada num documento que destina verba para compra de ambulância e negou que vá renunciar ao cargo. Suassuna levou um laudo para comprovar que a assinatura era falsa.
Ney Suassuna é acusado de receber R$ 240 mil para apresentação de emendas ao Orçamento. O dinheiro teria sido depositado na conta de Marcelo Carvalho, ex-assessor de Suassuna. O senador, que foi líder do PMDB, optou por comparecer sem a assessoria de advogado e pediu que o depoimento fosse aberto.
- Nenhum dos personagens me conhece. Não sabia da existência dessas pessoas, nunca falei pessoalmente ou por telefone com essas pessoas, embora jornais importantes digam que eu falei. Se o senhor verificar, vai ver que nenhum deles me conhece. Nunca falaram comigo, não sei sobre a sua existência - disse ele ao relator Jefferson Péres (PDT-AM).
O senador Ney Suassuna se referia aos principais acusados de participação no esquema, como a ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino e os empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, donos da Planam, empresa acusada de comandar a máfia.
Suassuna também disse que conheceu Marcelo Carvalho ao assumir o Ministério da Integração Nacional, onde o ex-funcionário trabalhava como assessor parlamentar. Suassuna esteve à frente do Ministério no período de 14 de janeiro de 2001 a 5 de abril de 2002.
Ele explicou ao relator de seu processo, senador o trabalho de seu ex-assessor, e alegou que Marcelo Carvalho falsificou sua assinatura. Já o ex-assessor disse que o senador sabia das negociações que promovia e nega ter falsificado qualquer assinatura em pedidos de liberação de emendas do Orçamento da União.
Os três filhos do senador - Rodrigo, Diego e Fabrício - e sua ex-esposa Tânia acompanham o depoimento. No início de sua defesa, Suassuna disse que sua campanha de reeleição ao Senado está difícil porque "todo dia tem uma manchete no jornal" tentando desestabilizá-lo.
Suassuna é um dos três senadores que estão sendo investigados porque tiveram os nomes incluídos no relatório parcial da CPI dos Sanguessugas por haver indícios ou provas de terem participado da chamada máfia das ambulâncias. Os outros dois são Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES).
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