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O sub-relator de Movimentação Financeira da CPI dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), defendeu nesta segunda-feira a apuração das denúncias de envolvimento de 55 dos 81 deputados do PMDB e do senador Romero Jucá (PMDB-RR) no suposto esquema do mensalão operado por Marcos Valério.

Fruet explicou que a decisão sobre a apuração das novas denúncias ainda não foi tomada, mas ele acredita que as acusações publicadas pela imprensa no fim de semana devem ser investigadas, mesmo que não haja prorrogação dos trabalhos da CPI. O prazo para a conclusão dos trabalhos é 10 de abril. A expectativa é que o relatório final seja entregue no dia 21 de março.

- Diante dos fatos novos, nós temos duas situações. A primeira: a CPI vai ter que discutir se é o caso de pedir ou não uma nova prorrogação. A segunda é que será necessário tomar o depoimento do Marcos Valério e de Roberto Bertholdo , que foram citados em reportagem da revista Veja, para verificar se há ou não procedência nessas informações - afirmou.

Gustavo Fruet disse que, na melhor das hipóteses, a CPI terá que determinar o aprofundamento da investigação pela Polícia Federal ou pelo Ministério Público.

- Nós estamos diante de dois extremos: de um lado, se não investigarmos, passaremos a impressão de contemporização; de outro lado, se investigarmos, nós poderemos chegar à conclusão de que o Marcos Valério não contribuiu com todas as investigações - destacou.

O sub-relator acredita que, caso essa hipótese seja comprovada, pode estar ocorrendo algum tipo de chantagem muito grave, o que poderá inclusive abrir outra frente de investigação.

- De qualquer maneira, é importante que se dê início a essa investigação, independentemente da prorrogação dos trabalhos - acrescentou.

Para Fruet, se ficar comprovada uma nova relação de deputados beneficiados com saques no Banco Rural, isso significa que o volume de recursos movimentado no valerioduto é ainda maior do que o verificado pela CPI até o momento e isso também precisa ser investigado.

Uma reportagem publicada neste domingo pelo jornal "Correio Braziliense" mostra que Roberto Jefferson Marques, ex-motorista do senador Romero Jucá, teria sacado no Banco Rural R$ 50 mil a pedido do parlamentar. Em conversa com um amigo gravada em fita cassete, Roberto Marques conta que recebeu ordem de Jucá para ir à agência do banco, localizada em um shopping de Brasília, buscar o dinheiro. A intenção de Fruet é requisitar à Polícia Federal a cópia da fita acompanhada de laudo pericial que confirme a identidade do ex-motorista.

Segundo Fruet, o senador Romero Jucá já fez contato com a CPI e se dispôs a prestar esclarecimentos. Jucá nega a denúncia e sustenta que seu ex-motorista teria negociado a gravação publicada pela imprensa em troca de dinheiro.

As denúncias contra os deputados peemedebistas foram divulgadas neste final de semana pela revista "Veja". Segundo a reportagem, o intermediário do dinheiro para os peemedebistas seria o advogado paranaense Roberto Bertholdo, ex-assessor do deputado José Borba na liderança do PMDB na Câmara e ex-conselheiro de Itaipu. Borba renunciou em outubro do ano passado, após ter sido acusado de envolvimento com o esquema do mensalão. Ainda não há, no entanto, nenhuma prova documental sobre as denúncias contra os deputados peemedebistas.

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