O advogado José Oliveira Costa (PMDB-AL), de 72 anos, primeiro suplente do senador Renan Calheiros, afirmou nesta quarta-feira (12) que está preparado para assumir a vaga no Senado caso seja convocado. Costa disse esperar, porém, a absolvição do correligionário.
Renan Calheiros, presidente do Senado, enfrenta nesta quarta votação de processo por quebra de decoro parlamentar. Ele é acusado de ter as contas pessoais pagas por um lobista. Se for considerado culpado pela maioria dos senadores, terá o mandato cassado. Entenda as acusações.
"Espero que o senador Renan apresente defesa coerente e que seja absolvido em razão disso. Se, eventualmente, o resultado for pela cassação, não me resta outra alternativa senão assumir. Não tenho sofreguidão em relação a isso, já fui deputado por três mandatos", afirmou o suplente.
Costa preferiu não comentar se acredita na inocência de Renan. "Não posso falar sobre isso por razões éticas. Mas acho que quem é homem publico e está exposto, tem sua vida numa vitrine. É obrigado a aceitar pressões e prestar contas à sociedade. Isso para mim é regra."
Suplência
João Oliveira Costa afirma que foi convidado para ser suplente de Renan Calheiros quando era presidente do PMDB de Alagoas ele deixou as atividades no diretório há cerca de dois anos para se dedicar exclusivamente à advocacia.
Costa foi eleito deputado em 1974 pelo MDB e ficou no cargo por três mandatos. Ajudou a fundar o PSDB, mas deixou o partido no início da década de 90 e foi para o PMDB.
O advogado conta que a intenção de Renan era de que o usineiro João Lyra, à época no PTB, fosse seu suplente. Renan e Lyra eram aliados, mas agora são adversários.
Recentemente, Lyra acusou Renan de ter usado laranjas para comprar veículos de comunicação. Por conta dessa acusação, Renan sofre outro processo por quebra de decoro.
"Isso [Lyra ser suplente] não foi possível porque o TSE decidiu pela verticalização. Então eles me convidaram. Eu até brinquei com o Renan dizendo que ele teria um suplente ótimo, porque eu jamais ia pedir para ele se licenciar por nem um dia", afirmou Costa.
Relação com Renan
O suplente destaca que não é "amigo próximo" de Renan. "Quando aconteceu [primeira denúncia contra o senador], acompanhei o noticiário, mas não imaginava que as coisas evoluíssem para as denúncias sucessivas que criaram essa situação. Inicialmente mandei uma mensagem de solidariedade ao senador. Me dou com ele, mas eu tenho minhas amizades bem diversas e uma posição política bem diversa", disse. Segundo ele, a última vez que falou com Renan foi há cinco meses.
Sobre seu posicionamento político, José Oliveira Costa diz que "nunca foi governo". "Nunca nenhum presidente teve o prazer ou desprazer de nomear quem quer que fosse a meu pedido", afirmou. Costa diz, no entanto, que não fará "oposição cerrada" e ficará ao lado do "interesse público".
O suplente destacou que tem como amigos no Senado os peemedebistas Jarbas Vasconcelos (PE) e Pedro Simon (RS). Afirmou ainda que admira o ex-governador de São Paulo Mário Covas, morto em 2001, e que tem no tucano Geraldo Alckmin, que perdeu a disputa à presidência em 2006 para Luiz Inácio Lula da Silva, um "amigo dileto".
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