UTC emprestou até R$ 1 mi para Youssef, diz presidente
A empreiteira UTC, uma das principais doadoras de campanhas eleitorais, emprestou de R$ 900 mil a R$ 1 milhão em dinheiro vivo ao doleiro Alberto Youssef na época em que foram sócios na construção de um hotel em Salvador, por volta de 2008. A declaração foi dada pelo presidente da UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa, em depoimento à Polícia Federal nessa terça-feira (18). Pessoa está preso desde a última sexta-feira, quando foi deflagrada a sétima fase da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção alimentado por algumas das maiores construtoras do País e por diretorias da Petrobras.
Justiça compartilha documentos da Lava Jato
A Justiça Federal autorizou o compartilhamento dos documentos da Operação Lava Jato com a Receita Federal, o Tribunal de Contas da União (TCU), a Controladoria-Geral da União (CGU) e com o Conselho Administrativo de Administração Econômico (Cade) para que os órgãos especializados auxiliem na instrução do processo criminal e que as investigações administrativas possam atender ao interesse público.
Comissão da Presidência abre processo contra Duque
O presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antonio Gustavo Rodrigues, disse nesta quarta (19) que a instituição detectou mais de 4.000 pessoas físicas e o mesmo volume de empresas que tiveram transações suspeitas entre 2011 e este ano.Segundo Rodrigues, essas 4.322 pessoas físicas e 4.298 pessoas jurídicas são investigadas na Operação Lava Jato, apuração da Polícia Federal que resultou na semana passada na prisão de 21 executivos --sendo três presidentes-- das mais importantes empreiteiras do país e de um ex-diretor da Petrobras.
O presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antonio Gustavo Rodrigues, disse nesta quarta (19) que a instituição detectou mais de 4.000 pessoas físicas e o mesmo volume de empresas que tiveram transações suspeitas entre 2011 e este ano.Segundo Rodrigues, essas 4.322 pessoas físicas e 4.298 pessoas jurídicas são investigadas na Operação Lava Jato, apuração da Polícia Federal que resultou na semana passada na prisão de 21 executivos --sendo três presidentes-- das mais importantes empreiteiras do país e de um ex-diretor da Petrobras.
No período, o Coaf -- unidade de inteligência do governo federal -- identificou "movimentações financeiras atípicas" do grupo totalizando R$ 23,7 bilhões, dos quais quase R$ 900 milhões em dinheiro. A informação foi publicada nessa quarta-feira (19) no jornal "O Globo". "Encaminhamos 108 relatórios à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal sobre a operação [Lava Jato]. Pode até ter mais pessoas [do que as 4.322]", afirmou Rodrigues à Folha, que está em Teresina participando de uma reunião anual sobre estratégias de combate a corrupção e à lavagem de dinheiro.
Das mais de 20 prisões realizadas desde a semana passada, 11 pessoas foram soltas na noite desta terça-feira (18), mas a Justiça estendeu o período de detenção de cinco executivos das empresas como a Camargo Corrêa, OAS, Mendes Júnior e Engevix."Tem gente envolvida com o crime, mas tem gente que não está", disse o presidente do Coaf. "No relatório aparece movimentações anormais envolvendo 4.322 pessoas físicas e 4.298 jurídicas", afirmou.
Nomes repetidos
Ele disse ainda que os números não são exatos, pois pode ter nomes de empresas e de pessoas repetidos. "Após a investigação é que saberemos o número exato", disse o presidente da Coaf.
Segundo Rodrigues, somente neste ano, quase 3.000 relatórios foram feitos pelo Coaf e encaminhados à PF, à Receita Federal e aos Ministério Públicos do Estado e Federal sobre transações financeiras suspeitas. Ele não soube dizer quanto, desse total, se refere a suspeitos da Lava Jato.
Os 108 relatórios ligados a investigados na operação que envolve a Petrobras vêm sendo produzidos pelo Coaf desde 2011. "Nosso papel não é de investigar, mas de alertar para situações fora do normal."Questionado pela reportagem, Rodrigues disse que não saberia citar nomes de empresas ou pessoas investigadas na Lava Jato.
PF diz que errou ao citar diretor da Petrobras em depoimentos
A Polícia Federal informou nesta quarta-feira (19) que o nome do atual diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, apareceu em depoimentos dos presos da Operação Lava Jato por "erro material". Segundo a polícia, não há no processo "qualquer elemento que evidencie a participação do atual diretor no esquema de distribuição de vantagens ilícitas". O texto do ofício do delegado da PF responsável pela Lava Jato, Márcio Adriano Anselmo, ao juiz da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, Sergio Fernando Moro, que cobrou provas do envolvimento de Cosenza no caso, não nega diretamente que o ex-diretor Paulo Roberto Costa ou que o doleiro Alberto Youssef tenham citado Cosenza em depoimentos e que possam estar anexados a outros processos judiciais.
O ofício afirma que não há informações "nos autos", mas não explicita se uma citação possa ter ocorrido em outros processos ou inquéritos que correm paralelos ao procedimento que levou à prisão executivos de grandes empreiteiras na última sexta (14).
Em pelo menos cinco depoimentos de executivos, a PF fez perguntas nas quais afirmou que o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef haviam dito que Cosenza estava entre os beneficiários de "comissões". Ao funcionário da OAS Construtora, José Ricardo Nogueira Breghirolli, por exemplo, a PF indagou: "Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef mencionaram a existência de pagamento de comissões pelas empreiteiras que mantinham contratos com a Petrobras, tendo como beneficiários além deles próprios, os direitores Duque, Cerveró e Cosenza, bem como alguns agentes públicos". A mesma pergunta, com ligeiras variações, foi feita a outros quatro investigados.
Em ofício ao juiz na data dessa quarta-feira (19), o delegado da PF responsável pela operação, Márcio Adriano Anselmo, afirmou: "Em relação ao quesito que figurou em alguns interrogatórios, por erro material, constou o nome de Cosenza em relação a eventuais beneficiários de vantagens ilícitas no âmbito da Petrobras. Em relação ao outro quesito em que se questiona se os investigados conhecem o mesmo, foi formulado apenas em razão do mesmo ter sucedido a Paulo Roberto Costa, área em que foram identificados os pagamentos, bem como por ter sido seu Gerente Executivo".
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