Todos os 16 presos preventivamente na Operação Voucher da Polícia Federal (PF), deflagrada na terça-feira, foram liberados do Iapen (Instituto de Administração Penitenciária do Amapá) ao longo da madrugada de ontem. Na sexta-feira, a Justiça concedeu habeas corpus a todos os suspeitos de participarem de um esquema que desviou recursos de um convênio com o Ministério do Turismo (MTur), segundo inquérito da PF.

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Onze pessoas deixaram a prisão na madrugada. Número dois do ministério, Frederico Silva da Costa saiu por volta das 23h55 de sexta, após habeas corpus concedido pelo juiz Guilherme Mendonça, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal) da 1.ª Região. Na saída, ele não quis dar entrevista. Costa precisou pagar fiança de 200 salários mínimos, o equivalente a R$ 109 mil. Outra condição determinada pelo juiz é que ele se afaste do cargo no ministério.

Operação

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Deflagrada na última terça-feira, a Operação Voucher prendeu 36 pessoas, em São Paulo, Brasília, Curitiba e Macapá. Duas pessoas seguem foragidas. As investigações começaram em abril e apontaram possíveis irregularidades em um convênio de R$ 4,45 milhões firmado entre o Ministério do Turismo e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi).

Parentes do empresário Humberto Silva Gomes, considerado foragido da PF, afirmaram que ele está em Miami (EUA) e deve retornar ao Brasil na próxima semana para prestar depoimento.

Ele é sócio da Barbalho Reis Comunicação e Consultoria, uma das empresas que, segundo a PF, participava de fraudes para desviar verbas repassadas pelo Mtur. Ele teve a prisão preventiva decretada na Operação Voucher. Como não foi encontrado nem compareceu à PF, Gomes foi incluído na chamada "lista vermelha’’ de procurados da Interpol.A família diz que ele não está foragido e que sua viagem estava programada para concluir um MBA. A defesa aguarda julgamento de pedido de habeas corpus.

Em diálogo gravado com autorização judicial publicado ontem na Folha de SP, Gomes orienta um interlocutor a superfaturar contratos com o governo federal. "É para o governo, joga o valor por três, tudo vezes três’’, diz. "Superfaturamento sempre existe".

Ainda segundo a reportagem, conversas telefônicas interceptadas na operação da PF mostram investigados falando sobre como superfaturar e até falsificar documentos em licitações com o governo.

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