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Depois de passar pouco mais de nove meses em liberdade, graças a uma liminar do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Suzane Richthofen vai voltar para o Centro de Ressocialização de Rio Claro, no interior de São Paulo, onde permaneceu presa por 10 meses, entre 2004 e 2005.

Suzane se entregou à polícia na noite de segunda-feira após a Justiça de São Paulo decretar sua prisão preventiva a pedido do Ministério Público. Ela aguarda a transferência para Rio Claro no prédio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil de São Paulo.

Suzane Richthofen é acusada de planejar e participar do assassinato de seus pais Manfred e Marísia von Richthofen em outubro de 2002, em parceria com os irmãos Christian e Daniel Cravinhos. Ela voltou à prisão depois de uma polêmica entrevista concedida ao programa Fantástico, da TV Globo, em que seu advogado, Denivaldo Barni, faz orientações para chore e siga instruções cuidadosamente planejadas para parecer frágil e emocionada.

O promotor Roberto Tardelli considerou a entrevista uma 'farsa de quinta categoria' e fez o pedido de prisão dela ao juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Paulo, Richard Chequini, alegando que ela poderia tentar fugir depois do fracasso de sua estratégia. Chequini decretou a prisão, mas com outra ênfase: para ele, a liberdade de Suzane colocava em risco a vida de seu irmão Andreas, já que os dois brigam na Justiça por bens deixados pelos pais.

O julgamento de Suzane, bem como dos irmãos Cravinhos, está marcado para o dia 5 de junho, mas ela poderá ser julgada depois.

Suzane Richthofen passou a noite na carceragem do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).Os advogados dela devem entrar com recurso na Justiça, pedindo que ela volte a aguardar o julgamento em liberdade. Segundo eles, ela não dormiu nem se alimentou durante a noite.

O delegado Marco Antonio Olivado afirmou que Suzane parecia estar sedada na noite desta segunda-feira, pois teve dificuldades para responder algumas perguntas. Nesta terça-feira, submetida a exame de corpo de delito, o médico afirmou que ela está bem e chegou a sorrir durante a consulta.

O advogado Denivaldo Barni, amigo do pai de Suzane e que se transformou numa espécie de tutor da jovem, afirmou que ela quer morar na casa onde morava a avó paterna, que faleceu, e que o irmão, Andreas Richthofen, vem negando.

- Está na hora de chorar para o irmão - disse Barni.

Os irmãos Cravinhos também voltaram à cadeia depois de conceder entrevista a uma rádio de São Paulo. Durante a entrevista, eles revelaram novos detalhes do crime e o Ministério Público entendeu que eles faziam apologia ao modo como executaram o casal. Tanto eles como Suzane gozavam de um hábeas-corpus que permitia aguardar o julgamento em liberdade.

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