Durante os três anos de namoro com Daniel Cravinhos, Suzane von Richthofen, então menor de idade, usou uma carteira de identidade falsificada para freqüentar motéis. E segundo o advogado de Suzane, Mauro Nacif, o pai de Daniel, Astrogildo Cravinhos, sabia e aprovava a atitude do casal.
- O pai dele, Astrogildo, sabia da carteira de identidade falsa e aprovava. Ele aprovava que o filho maior de idade levasse uma menor ao motel - afirma o advogado dela, Mauro Nacif.
Suzane von Richthofen namorou Daniel Cravinhos dos 15 aos 18 anos. O namoro acabou pouco depois que os dois, mais o irmão dele, Cristian, foram presos pela morte dos pais dela, Marísia e Manfred, que ocorreu na madrugada do dia 31 de outubro de 2002.
Nesta terça-feira, Nacif revelou ainda que Suzane suspeita que Astrogildo sabia da intenção do filho de matar o casal. Esse é o mais novo lance da defesa para tentar culpar os Cravinhos pelo crime e conseguir a absolvição da jovem, que já confessou sua participação no assassinato dos pais. A defesa alega que Suzane foi coagida e manipulada pelo namorado a participar do crime.
- Era impossível ele não saber. O pai afirma que não sabia das drogas, mas Suzane acredita que ele sabia de tudo. Ele sabia até da carteira para ir ao motel - alega o advogado.
Para reforçar a nova tese, Nacif afirma que Suzane estranhou a pressa com que o pai de Daniel levou os documentos para a emancipação da garota. Astrogildo teria apresentado a Suzane a documentação para que ela se emancipasse cerca de três ou quatro dias depois do crime, cuja autoria só foi confessada por eles oito dias depois das mortes.
- Daniel e o pai diziam que Suzane tinha que assinar os documentos para que ela pudesse ser tutora do irmão e administradora dos bens da família. Os dois diziam que Suzane tinha de fazer isso logo porque o tio dela (Miguel Abdala) estava contra ela - acrescenta.
Segundo o advogado, Suzane e o tio se desentenderam logo após a morte, quando a jovem quis sair com o namorado.
- Eles aproveitaram a briga para dizer que o tio estava contra ela, queria roubar o dinheiro dela - diz Nacif.
Para o advogado, esses novos fatos, que surgem às vésperas do julgamento, marcado para o dia 17 de julho, não são mais uma manobra para tentar confirmar a tese de que Suzane foi uma mulher enganada. Mas confessa:
- Esse fato ajuda a defesa sim. O Astrogildo se apresentava como ex-juiz para ela. Ele era, na verdade, ex-escrivão de cartório. Ele falou que conseguiu os papéis da emancipação com os amigos juízes - diz.
No desespero pela absolvição, a defesa ainda pretende acrescentar ao caso até a interferência de espíritos malignos.
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