O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), saiu em defesa nesta sexta-feira (22) do ex-diretor de Infraestrutura Rodoviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Hideraldo Caron, e da liberação de verba da autarquia para o reassentamento das famílias que terão de ser removidas para a construção de trecho da BR-448 em Canoas.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, Tarso deu a entender que, na percepção dele, a matéria do jornal O Estado de S. Paulo que informou que Caron trabalhou pela liberação de R$ 30 milhões do Dnit para o projeto habitacional necessário à transferência das famílias parece ser a única acusação que restou contra o aliado político e demonstrou acreditar que ela é injusta por tentar transformar um ato legal em denúncia.
"Teve uma manchete no Estadão que foi recebida com o mesmo tom pelos nossos jornais (do Rio Grande do Sul), na minha opinião, de forma equivocada, como se aquilo ali fosse uma denúncia que fundamentava a situação que o Hideraldo se encontrava perante o Dnit, que o Hideraldo providenciou tecnicamente para que se liberasse R$ 30 milhões para fazer uma transferência de moradores que estão no leito de uma estrada com os programas necessários para a liberação do leito para a construção", comentou. "(Foi) uma coisa técnica, determinada aliás pelo (Ministério do) Planejamento, que foi apresentada num tom acusatório", complementou.
Embora tenha aconselhado Caron a deixar o cargo e considere que "a presidente Dilma está fazendo bem em fazer uma mudança completa lá dentro (do Ministério dos Transportes)", Tarso entende que o "denuncismo generalizado" prejudique o Estado. "Quem está pagando é o Rio Grande do Sul, que tinha no Hideraldo um gestor importante, sério", afirmou. "Nós perdemos essa ponte com o Dnit e o Ministério dos Transportes", lamentou, prometendo não pressionar a presidente para escolher algum gaúcho para o cargo vago.
Tarso também deixou alguns enigmas no ar, afirmando que as forças políticas que fizeram movimentos para retirar Caron do Dnit não querem no cargo uma pessoa vinculada ao Rio Grande do Sul "com a idoneidade do Hideraldo" e têm bases "muito localizadas" em São Paulo.