O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), fez uma defesa contundente do diretor de Infraestrutura Rodoviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Hideraldo Caron, durante entrevista à imprensa nesta quarta-feira (20) na sede da Associação Gaúcha das Emissoras de Rádio e Televisão (Agert). "Eu conheço ele (Caron) há 30 anos e duvido que tenha cometido alguma ilegalidade por motivo doloso ou por interesse próprio", afirmou o governador, que, no entanto, sugeriu que o petista deixe o cargo. "Eu digo mais: eu, se fosse ele, eu saía de lá para ajudar a presidente (Dilma Rousseff) a criar um novo ambiente."
Caron está sob ameaça de perder o cargo por pressão do PR, que exige que todos os nomes colocados sob suspeita de irregularidades sejam afastados, assim como foram alguns dos filiados ao partido que estavam no Ministério dos Transportes e no Dnit. Segundo a revista Veja, o diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, disse a correligionários que o petista se empenhava para viabilizar "estranhos reajustes" de preços de obras.
Tarso também considerou estranho que as denúncias tenham aparecido agora. Lembrou que investigações feitas pela Polícia Federal (PF) quando era ministro da Justiça não detectaram nada. "Para evitar que se crie uma situação de denuncismo generalizado é preciso separar o que é corrupção, o que é denúncia de alguém que não está satisfeito e o que é denúncia política."
Além de Tarso, outros políticos gaúchos saíram em defesa de Caron nos últimos dias. Um deles foi o deputado federal Dionilso Marcon (PT), que emitiu nota para destacar que "não há nada que desabone a conduta" do diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit. "Hideraldo é um executivo extremamente qualificado, conhecedor dos gargalos rodoviários do Sul e um dos quadros mais bem preparados do País em sua área", diz a nota.
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