Reunidos para comemorar os 35 anos do partido em Belo Horizonte, petistas cobram reação do governo federal, reafirmam João Vaccari Neto na tesouraria da sigla e viram com desconfiança a condução coercitiva do tesoureiro da legenda na véspera do aniversario de 35 anos do PT.
PT recebeu R$ 200 milhões em propina, diz delator
O ex-ministro da Justiça Tarso Genro afirmou que o governo está muito calado diante do que ele considerou uma articulação política para tentar a "aventura do impeachment".
"Nosso governo tem de começar a falar do cerco político a que está sendo submetido. Isso tem ocorrido em outros governos e, no fundo, está a disputa pelos rumos da economia. É a estratégia dos perdedores que querem fazer com que o governo siga a agenda deles", afirmou Genro.
Genro disse que não se pode menosprezar essa suposta tentativa de articulação ara tentar a "aventura do impeachment",
"A gente não pode ter um olhar depreciativo sobre uma aventura como essa. O governo já deveria ter falado e muito para responder a isso."
O ex-ministro disse estranhar a data e a forma com que o depoimento de Vaccari foi tomado em São Paulo. "É estranho que façam uma condução coercitiva do cidadão praticamente no dia do aniversário do partido", disse Tarso. "O que existe é uma forte conspiração política para bloquear o governo da presidente Dilma e não permitir que ela governe."
O ex-ministro não fez a defesa de Vaccari porém afirmou que dirigentes do partido deveriam estudar o afastamento do tesoureiro. Para ele, o PT deveria colocar advogados para analisar os autos dos processos "para ver se tem veracidade, se tem indícios de qualquer responsabilidade".
"Se tiver, o partido deveria pedir que ele se afastasse. Não conheço Vaccari, não conheço nada que o desabone em sua conduta dentro do partido", afirmou.
Voto de confiança
Membro da Executiva petista, o dirigente Jorge Coelho, que foi tesoureiro da campanha do PT ao governo do estado de São Paulo, afirmou que o partido deverá reafirmar um voto de confiança no tesoureiro. No mesmo molde em que fez no encontro anterior, em Fortaleza. Já o ex-governador Tarso Genro disse que a presidente Dilma Rousseff precisa reagir ao que ele considerou um movimento para bloquear o trabalho do governo.
"Temos total e irrestrita confiança no trabalho de tesoureiro do Vaccari. No PT vamos reafirmar Vaccari na tesouraria, não há nenhuma suspeita ou desconfiança sobre ele. Há sim uma tentativa de criar um clima político para tentar um intento do Fernando Henrique", disse Jorge Coelho, referindo-se ao parecer do jurista Ives Gandra Martins de viabilidade de um processo de impeachment contra Dilma. À imprensa, Fernando Henrique negou que tenha encomendado o documento.
Coelho ironizou a declaração de Pedro Barusco de que teria destinado US$ 200 milhões ao PT, sendo US$ 50 milhões para Vaccari. "Isso não procede. Como se escondem US$ 200 milhões?", questionou.
- Renato Duque pediu US$ 300 mil a empresa de Pasadena, diz delator
- Após depoimento, Vaccari mantém participação em aniversário do PT
- Oposição monta estratégia para "colar" Dilma a tesoureiro do PT
- Odebrecht nega acusações feitas por ex-gerente da Petrobras em delação
- Barusco recebia propina "há muito tempo e de várias fontes", diz MPF
- PT refuta depoimento de delator e diz que só recebeu doações legais
- Vaccari diz que esclareceu perguntas com "transparência" e "tranquilidade"
- PF prende sócio e diretor de fornecedora da BR Distribuidora
- Ninguém comemora a dificuldade de outras pessoas, diz Alckmin sobre Vaccari
Esquerda tenta mudar regra eleitoral para impedir maioria conservadora no Senado após 2026
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento
Síria: o que esperar depois da queda da ditadura de Assad
Vácuo de poder deixa Síria entre risco de Estado terrorista e remota expectativa de democracia
Deixe sua opinião