Porto Alegre e São Paulo (Folhapress) O presidente nacional do PT, Tarso Genro, afirmou ontem, por meio de nota, que a declaração do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares sobre a existência de caixa 2 nas campanhas da sigla será apurada, para a avaliação de responsabilidades.
Tarso, que estava em Porto Alegre, não quis se manifestar ontem sobre o assunto. Pretende fazê-lo amanhã, quando obtiver mais informações a respeito das declarações de Delúbio.
Na nota, ele diz: "Informo que tomamos conhecimento do depoimento do ex-tesoureiro do nosso partido, Delúbio Soares, somente por intermédio dos meios de comunicação. Para que manifestemos um juízo sólido sobre o assunto, precisamos lê-lo e examiná-lo em conjunto com a Comissão Executiva Nacional do PT, que se reúne na próxima terça-feira. De qualquer forma, reiteramos a nossa posição de que a direção do partido irá colaborar para que todas as questões que envolvem denúncias de que o partido está sendo alvo sejam rigorosamente apuradas, não somente para avaliação de responsabilidades, mas também para o aprimoramento das instituições políticas, da legislação eleitoral e do processo democrático em nosso país.
"Após examinarmos com rigor técnico e político as declarações que estão sendo prestadas, tomaremos todas as medidas necessárias para salvaguardar a transparência e a legalidade do processo de verificação em curso, conclui o documento.
Tarso será o substituto de José Genoíno como candidato do Campo Majoritário (moderados) na eleição para a presidência do partido. Genoíno seria candidato à reeleição, mas renunciou. O lançamento oficial da sua candidatura deverá ocorrer nesta semana.
Dívidas
Os empréstimos tomados pelo publicitário Marcos Valério e repassados ao Partido dos Trabalhadores somam R$ 40 milhões. Com a incidência de juros, o valor chega a R$ 90 milhões. Esse montante, somado a outras operações realizadas pelo próprio partido, fazem a dívida total do PT totalizar R$ 166 milhões, segundo divulgou ontem o "Jornal Hoje", da TV Globo.
Em nota divulgada na noite de sexta, Valério admitiu que contraiu empréstimos "perfeitamente legais" e "transparentes" para financiar dívidas do PT. No entanto, ele não revelou os valores.
O valor da dívida total teria sido informado ao procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, pelo ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.
Na sexta, Delúbio procurou espontaneamente o procurador para contar que todas as campanhas do Partido dos Trabalhadores foram financiadas por meio de caixa 2. Ele isentou apenas a campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. Para Delúbio, a candidatura Lula na ocasião era tão forte que havia muita doação regular e espontânea de dinheiro.
O valor da dívida total informado por Delúbio está bem acima do admitido pelo PT. Na sexta, o secretário de Finanças da sigla, José Pimentel, disse que a dívida está estimada em R$ 20,4 milhões.
Nesse valor estão incluídos dois empréstimos, um de R$ 2,4 milhões e outro de R$ 3 milhões, com os bancos BMG e Rural. O partido ainda possui uma linha de crédito rotativo de R$ 3,5 milhões com o Banco do Brasil.
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