José Jorge, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), disse nesta quarta-feira, 15, ser no mínimo "estranho" que se tenha R$ 7,6 bilhões em contratos sem licitação no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Segundo ele, esses contratos foram firmados pela diretoria de Paulo Roberto da Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e pivô de investigação sobre um esquema de propina na estatal.
O ministro frisou ainda que os contratos foram firmados na época em que o diretor ainda estava no cargo. As obras a que ele se referem são as do Pipe Rack (R$ 1,87 bilhão), da Unidade de Coqueamento Retardado (R$ 1,94 bilhão), e da Central de Desenvolvimento de Plantas de Utilidades (R$ 3,80 bilhões) - esse último contrato é o que pode ter os pagamento interrompidos caso o José Jorge decida por uma paralisação cautelar.
Ele informou que até a próxima sessão do TCU terá tomado a decisão. "Vou analisar e definir daqui para o fim da semana que vem. Até a próxima sessão eu decido", afirmou. O ministro ainda observou que o projeto da Comperj é grande e passou por muitas mudanças. Segundo ele, cada área do governo e da Petrobras informa um valor diferente para a obra. "O mais grave é que cada órgão do governo vê essas obras com valores diferentes. Na Petrobras, que tem diversas diretorias, cada uma tem um valor diferente", disse. "A auditoria foi ver como a Petrobras se estrutura de forma tão frouxa para um contrato tão grande", ponderou.
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