O presidente nacional do PMDB, Michel Temer (SP), defendeu, neste domingo (11), que o partido tenha um candidato próprio nas eleições de 2010. O PMDB realiza Convenção Nacional, em Brasília, para eleger o comando do partido para o biênio 2007/2009. Temer deve ser reconduzido ao cargo.

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Neste sábado (10), o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu disse que o PMDB é fundamental para o governo de coalizão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E também para eleger o sucessor de Lula em 2010. Dirceu sinalizou, inclusive, que o candidato poderá ser de fora do PT.

"O partido vai construir uma candidatura própria e vai construir dentro da coalizão. Nosso desejo é que tenhamos candidato à presidência apoiado por todos os partidos da coalizão. Tenho ouvido muita gente de outros partidos fazendo a mesma afirmação, ou seja, o candidato pode sair da coalizão. Como maior partido da coalizão, o PMDB é o primeiro que vai postular essa candidatura", disse Temer, ao chegar à convenção.

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O ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PMDB-RJ), demonstrou opinião diferente. Disse que o momento não é de discutir esse tema. "O ministro Dirceu tem sua visão. Se formos tratar de sucessão, vamos antecipar o debate, que tem hora certa para ocorrer. Vamos gastar energia no momento de cuidar da geração de empregos, do desenvolvimento do país", afirmou Garotinho.

"Esse exercício de ‘futurologia’ faz parte da política, mas é evidente que o governo Lula tem três meses que tomou posse. Falar sobre sucessão em 2010 é algo que não vai levar a nada. A gente às vezes está bem hoje, amanhã não está bem", emendou o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que deve assumir o Ministério da Integração Nacional.

Impasse

A desistência do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, de concorrer à presidência do PMDB, levou o partido a um impasse. As relações entre a ala governista e o PT também ficaram estremecidas. O encontro de Geddel com o presidente Lula foi o estopim para Jobim abandonar a disputa. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador José Sarney (PMDB-AP), que o apoiavam, não apareceram na convenção durante a manhã.

"Eu os convidaria. É um momento extraordinário, de grandeza estupenda. Poderiam vir aqui revelar a força estupenda que o PMDB está revelando na convenção", disse Temer, ao comentar a ausência dos dois.

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"São duas lideranças entre tantas outras presentes", disse Geddel, minimizando a ausência da dupla. "Vamos estar todos juntos", disse, em seguida, baixando o tom.

Chinaglia

O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), compareceu à convenção. E discursou, rendendo elogios ao PMDB.

"Quando o PMDB abriu mão para a segunda maior bancada para escolher o presidente da Câmara demonstrou uma visão estratégica e a capacidade de fazer aliança. Por isso sou eternamente grato à bancada do PMDB. Temer, mesmo sendo reeleito, vai dar sangue novo para a nova fase do país", declarou, em discurso.

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