“A quem interessa destituir um líder de bancada a um mês do final do mandato? É algo que interessa ao partido?”, questionou Marcelo Castro.| Foto: Karina Zambrana/ASCOM/ MS

Em discurso semelhante ao adotado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o ministro Marcelo Castro (Saúde) criticou nesta quarta-feira (16) o vice-presidente Michel Temer por ter atuado pela derrubada do deputado federal Leonardo Picciani (RJ) da liderança do PMDB na Câmara.

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Castro foi um dos deputados que ganhou vaga no ministério na reforma ministerial de outubro, justamente por indicação de Picciani, e em uma das vagas mais vistosas do ponto de vista de manejo de recursos da Esplanada.

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Segundo ele, o vice uniu-se ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e tomou partido para a substituição pelo deputado federal Leonardo Quintão (PMDB-MG), o que gerou “um conflito desnecessário” na legenda.

Para o ministro -que é do PMDB-, Temer tinha a obrigação, como presidente nacional da sigla, de ter se posicionado de maneira isenta e deveria ter se colocado “acima das brigas” internas do partido.

“Com relação à liderança do PMDB na Câmara dos Deputados, ele [Michel Temer] tomou partido. Ele e o presidente Eduardo Cunha estão juntos para tirar a liderança do Leonardo Picciani, criticou. “Acho que um presidente de partido tem o dever e obrigação de ser isento e neutro dentro das disputas internas.”

Castro também criticou resolução da Executiva Nacional do PMDB que obriga que a filiação de deputados e senadores seja aprovada previamente pelo comando do partido. O objetivo da medida é impedir que ingressem na legenda parlamentares de outros partidos que engrossem o apoio pelo retorno de Picciani ao comando da bancada da sigla.

“Nunca vi o PMDB rejeitar uma pessoa. Como vamos julgar uma pessoa que quer entrar no PMDB? É uma novidade que o partido está tomando e que reflete neste momento de crise”, disse. “Isso dará um arbítrio muito grande para a Executiva Nacional do PMDB, o que gera conflito. Nunca vi nenhuma legenda fazer isso e é uma surpresa que o PMDB tenha feito”, acrescentou.

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Nesta quarta-feira (16), o presidente do Senado Federal também criticou o vice-presidente por ter se envolvido na disputa interna. Segundo ele, a resolução “é um despropósito” para um partido democrático e que não tem dono.