O presidente Michel Temer (PMDB) garantiu a Jovair Arantes (PTB), pré-candidato à presidência da Câmara, que o Palácio do Planalto não tem candidato favorito à disputa. Nesta quarta-feira (4), Temer também recebeu o atual presidente da Casa e candidato à reeleição, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Apesar das negativas de Michel Temer, auxiliares do presidente admitem que há apoio “discreto” do Planalto para Maia.
“O presidente Temer me garantiu que o Planalto não tem nenhuma preferência, e que vai determinar que ministros não interfiram na eleição”, afirmou Jovair, que vai oficializar candidatura na próxima terça-feira (10). Temer usou o fato de Jovair e Maia serem da base aliada para colocar panos quentes no imbróglio.
Maia diz que sua candidatura ao comando da Câmara está começando a ficar madura
Leia a matéria completaO líder do PTB atacou Rodrigo Maia, acusando-o de prometer cargos no governo em troca de apoio na eleição e de desrespeitar as leis. O mandato da presidência da Câmara e do Senado tem dois anos e não permite reeleição. Contudo, Maia argumenta que a regra pode ser revista, já que ele foi eleito para um mandato-tampão de seis meses, após a saída de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Casa. Adversários do atual presidente da Câmara recorreram duas vezes ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a reeleição dele, mas ainda não tiveram resposta.
“A Câmara tem 513 deputados. Só um precisa de parecer para ser candidato”, criticou Jovair Arantes, que também afirmou que Rodrigo Maia e aliados prometem cargos no governo que não podem entregar. Segundo Jovair, o posto de líder de governo foi ofertado várias vezes a partidos.
Temer recebeu Maia nesta quarta-feira no fim da manhã. Pela tarde, Jovair foi incluído na agenda oficial. Embora oficialmente o discurso do presidente seja de que ele não interfere em assuntos de outros Poderes, assessores reconhecem que há uma preferência “discreta” por Rodrigo Maia na eleição.
Há cerca de um mês, críticas do “Centrão”, bloco do qual Jovair faz parte, fizeram Michel Temer recuar da definição para o ministro da Secretaria de Governo, vaga após a demissão de Geddel Vieira Lima. Antônio Imbassahy (PSDB-BA) havia sido a escolha do Planalto. Por conta da forte reação de alguns partidos, que reclamaram de “interferência” na eleição da Câmara, a tendência é de que Temer só escolha o ministro daqui a um mês, após o pleito, dizem auxiliares.