Os recém-eleitos presidentes da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), serão responsáveis por conduzir a pauta de votações do Congresso dos próximos dois anos.
Para isso, terão, juntos, 58 cargos de confiança - considerando apenas os gabinetes da Presidência - com salários que chegam a R$ 9,8 mil.
Além disso, cada um tem direito a residência oficial com piscina e empregados, mais viagens para seu estado e carro com motorista sem limite do uso da gasolina.
Michel Temer, que tem a responsabilidade de ser o segundo na linha de sucessão do presidente da República, terá no gabinete da Presidência da Câmara 41 cargos de confiança, com salários que variam entre R$ 1.952,12 e R$ 8.219,00. Os salários mensais dos 41 cargos somam mais de R$ 163 mil.
A reportagem do G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa de Temer para saber se ele já iniciou as indicações para os cargos, mas foi informada de que o deputado está em viagem e não poderia ser localizado.
O senador José Sarney terá no gabinete da Presidência 17 cargos de confiança: seis assessores com salários de R$ 9 mil; seis secretários parlamentares com salários de R$ 7,65 mil; um secretário de imprensa, um chefe de cerimonial, um chefe de gabinete, um chefe de relações institucionais e um secretário de relações internacionais, todos com salários de R$ 9,8 mil. Os vencimentos mensais somam R$ 148,9 mil.
Segundo sua assessoria de imprensa, Sarney só deve começar as mudanças no gabinete a partir da próxima semana.
Residências oficiais
Entre as principais vantagens dos cargos estão as residências oficiais. Situadas lado a lado na Península dos Ministros, local nobre de Brasília, as casas podem ser usadas pelo presidente de cada Casa para fins pessoais, mas também servem como local de encontro para reuniões de trabalho, como discussões sobre a pauta de votações com os líderes partidários.
A casa do presidente da Câmara conta com 14 funcionários terceirizados que trabalham em turnos, entre cozinheiro, jardineiro e seguranças.
O imóvel tem 894m² de área construída em 7.,8 mil m² de terreno, segundo o Departamento Técnico da Casa, e conta com piscina de 50m², churrasqueira, quatro quartos, jardim e varanda.
De acordo com Maurício Matta, arquiteto do Departamento Técnico da Câmara, a casa foi construída na década de 60 para abrigar um engenheiro e não foi pensada especificamente para o presidente da Câmara. Segundo ele, desde que foi cedida para a Câmara, foi ampliada, mas ainda necessita de reformas.
"É uma das casas mais simples da Península dos Ministros, embora tenha um jardim exuberante. (...) Precisa de uma boa reforma que repare os efeitos do desgaste do tempo. Entre um presidente e outro, fazemos pequenas melhorias, mas nunca a reforma que é necessária", disse o arquiteto.
Maurício Matta afirmou que a casa é impessoal, embora possa sofrer pequenas adaptações na decoração, como a cor da pintura, caso o presidente solicite. "Mas eles geralmente não pedem muita coisa. Alguns levam objetos que gostam, como poltronas e quadros."
Segundo o arquiteto, a residência oficial da Câmara passa atualmente por pequena reforma na pintura, higienização e dedetização desde que o ex-presidente Arlindo Chinaglia deixou o local. A assessoria de imprensa de Temer não soube informar quando ele se mudará para o local.
O novo presidente do Senado será vizinho de Temer. A casa do Senado tem 12 funcionários, entre eles mordomo, cozinheiro e seguranças, e 450 m² de área construída, segundo a assessoria do Senado.
O local conta com piscina, três salas, biblioteca e jardim. A assessoria de Sarney informou que ainda não sabe se ele vai se mudar para o local.
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