O presidente Michel Temer (PMDB) disse nesta terça-feira (13) que a votação do segundo turno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto dos gastos no Senado completa um ciclo “que visa retirar o país da recessão” e fez questão de esclarecer que o placar menor neste segundo turno não representa derrota, nem perda de apoio do governo.
“Quero esclarecer que a votação foi menor do que a primeira, mas se deve ao fato de o presidente Renan ter antecipado a votação e muitos senadores não terem chegado”, disse Temer, em evento no Palácio do Planalto, ressaltando que ele mesmo havia falado com vários parlamentares. “Eu mesmo falei com vários que só chegaram agora”, afirmou.
Temer perde unanimidade na base aliada, mas não cogita renúncia
Leia a matéria completaTemer destacou que o resultado obtido no Senado foi “uma vitória extraordinária”, ressaltou que essa matéria jamais foi tentada por outro governante desde a Constituição de 1988 e que seu governo está sendo marcado por “coragem”. “É preciso coragem para governar e coragem nós temos”, reforçou.
O governo conseguiu aprovar a PEC do teto do Senado e agora a matéria vai à promulgação nesta quinta-feira (15). Entretanto, dez senadores da base deixaram de participar da votação, além do senador Dário Berger (PMDB-SC), que mudou de voto. Com isso o placar foi de por 53 votos a 16. No primeiro turno, o tema foi aprovado por 61 a 14. “O número de 61 do governo não mudou por apoio ou não do governo; mas pela ausência dos senadores”, reforçou.
Previdência
Temer disse ainda que hoje no Brasil se não tiver coragem não consegue governar e destacou que sua coragem também pode ser verificada ao enviar a PEC da reforma da Previdência. Segundo o presidente, sem a coragem para mexer nos gastos púbicos e na Previdência ele “poderia deixar para os outros, em 2018, cuidar de um País todo atrapalhado”, mas que não faz isso “por amor” ao país.
Ele repetiu que o Brasil precisa sair da recessão, “sequencialmente conseguir crescimento e combater o desemprego” e só então destacou o evento em si, que foi o lançamento do Programa de Renovação da Frota de Ônibus do Sistema de Transporte Público do Brasil, o Refrota 17. “São R$ 3 bilhões para o programa e isso vai movimentar a economia e gerar emprego, além de modernizar a frota.
Evento
O presidente está em busca de agendas positivas e quer mostrar que o governo está trabalhando, mesmo após o envolvimento da cúpula do governo nas delações da Odebrecht. No evento preparado hoje no Salão Leste do Planalto, o espaço reservado tinha cadeiras para 42 pessoas e mesmo assim não estava lotado.
Presente na cerimônia, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, anunciou que a meta do Refrota 17 é financiar 10 mil ônibus, com investimento total de R$ 3 bilhões do Programa de Infraestrutura de Transporte e da Mobilidade Urbana (Pró-Transporte). O programa financiará projetos com recursos do FGTS.
Em seu discurso, o ministro destacou que está atendendo uma recomendação do presidente neste “momento de crise profunda” e que o país “procura de forma unida” sair dessa situação com ações que gerem emprego.
Segundo a Associação Nacional de Transportes Urbanos, a frota nacional de ônibus do sistema coletivo soma 107 mil unidades, de mais de 1.800 empresas, para transportar 30 milhões de passageiros. O ministério das Cidades destacou que o segmento gera 537 mil empregos diretos.
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