O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), negou que a Mesa Diretora da Casa tenha decidido na reunião de ontem executar a obra de divisão de parte dos apartamentos funcionais para oferecer moradia a todos os 513 deputados em Brasília. Segundo Temer, apenas foi apresentado um estudo pelo quarto secretário, Nelson Marquezelli (PTB-SP), sobre o assunto. "Não houve qualquer decisão quanto ao tema, envolvendo ou não investimentos, até porque o estudo, capaz de viabilizar economias na rubrica, demanda de maior exame pelos membros da Mesa", afirmou Temer, em nota divulgada hoje.

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"Ontem, houve mera exposição a propósito da divisão física dos imóveis para eliminar o auxílio-moradia", continuou o texto, que tratou de outros dois assuntos que foram discutidos na reunião de ontem da Mesa: o uso da verba indenizatória e as passagens aéreas. Temer levou o assunto para o plenário, afirmando que as decisões de ontem foram "mal interpretadas pela grande imprensa".

"As notícias equivocadas, nas manchetes e fotos, visam colocar a Câmara em confronto com a opinião pública", disse ele, classificando a situação como uma "pancadaria" em relação à Casa. Líderes partidários e deputados discursaram após Temer manifestando solidariedade à Mesa e ressaltando a importância do Poder Legislativo para a democracia.

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Ontem, após a reunião, Marquezelli, responsável pela administração dos imóveis da Casa, anunciou a obra como uma decisão da Mesa. Na entrevista, ele chegou a ser confrontado com a informação de que Mesas anteriores já haviam feito a proposta de divisão dos apartamentos, mas que a obra nunca tinha sido levado adiante. "À tarde assinarei por definitivo para que se inicie a contratação e a divisão dos apartamentos", disse ontem Marquezelli.

Ele informou ainda que a Casa abriria nova licitação e que, com o prazo de dois anos, a obra custaria R$ 150 milhões. Mais tarde, responsáveis pelo setor habitacional da Casa informaram que o valor era referente a todas as etapas de reforma, já em andamento, dos apartamentos funcionais e o valor estimado da terceira etapa, que inclui a divisão dos imóveis, era em torno de R$ 80 milhões. Marquezelli afirmou também na entrevista que, com a divisão, seria extinto o auxílio-moradia, proporcionando à Casa uma economia de R$ 13 milhões por ano.

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