O presidente Michel Temer conseguiu o sinal verde da cúpula do PSDB para nomear o advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, seu amigo pessoal, para o Ministério da Justiça. Temer consultou nesta quarta-feira (8) o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), sobre a possibilidade de escolher um nome que não tivesse vinculação com o partido, já que, até então, a pasta era ocupada pelo tucano Alexandre de Moraes, que foi indicado por Temer para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Além de Aécio, Temer consultou outras lideranças partidárias sobre a substituição de Alexandre Morais. Nessas conversas manifestou sua preferência por Mariz, desde o início, e que estaria disposto a “comprar a briga” para indicá-lo para o cargo. De manhã ele esteve com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL).
Como nomes tucanos tinham sido ventilados - os senadores Aloysio Nunes Ferreira (SP), Carlos Sampaio (SP) e Antônio Anastasia (MG), Temer se sentiu na obrigação de conversar com Aécio para acomodar o PSDB no caso da escolha de um nome fora, como o de Mariz.
A Temer, Aécio disse que o PSDB não se oporá a nenhum nome que o presidente escolher, desde que seja “um bom nome”.
“Estamos liberando para que o presidente escolha um bom nome para o ministério. Minha relação com o presidente nunca foi impositiva. Nosso alinhamento com o governo é para o bem ou para o mal. Por isso, acho natural que ele nos consulte. O que queremos é que o presidente escolha um bom nome, não o colocamos na parede”, afirmou Aécio após o encontro.
A eventual nomeação de Mariz é bem vista pela cúpula tucana. O advogado quase se tornou ministro da Justiça em abril do ano passado, convidado por Temer, mas o presidente, então interino, recuou após declarações polêmicas de Mariz contra a Operação Lava Jato. Para os tucanos, isto não o desqualifica. Aécio defende que Mariz não pode “ser queimado” por conta de suas posições. Para o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), a interpretação de Mariz sobre a Lava Jato é válida.
“Vários criminalistas têm tido posição contra algumas atitudes da Lava Jato, o que é uma interpretação mais que válida, necessária para que haja o contraditório. Isto não o desqualifica. Mariz é um grande jurista. As pessoas têm que ter opinião”, afirma o senador Tasso Jereissati.
Segundo relatos, Temer passou a se sentir fortalecido para fazer uma escolha de cunho pessoal, que pode gerar polêmicas, depois de ter indicado Alexandre de Moraes para o STF. Mesmo com as posições contrárias à indicação de Moraes, pelo fato de ser filiado a partido e ter uma atuação no mundo político, o presidente acabou batendo o martelo e avaliou que a repercussão de sua escolha foi positiva. Com isto, Temer teria ganhado “musculatura pessoal” para enfrentar outra indicação que pode sofrer resistências.
A avaliação de aliados do presidente é que o PMDB tampouco irá fazer força contra sua escolha. Apesar de estar pleiteando a indicação para o Ministério da Justiça, deputados admitem, reservadamente, que mesmo com pouca expectativa de conseguir o cargo, é preciso manter a demanda para ao menos ocupar espaços em outros âmbitos.
“O PMDB está fazendo um varejão enorme no governo com essa gritaria sobre o Ministério da Justiça. O presidente não acha que tenha que nomear um peemedebista para o ministério, mas acaba ficando mais aberto a atender outras demandas dos parlamentares no segundo e terceiro escalões”, afirma um aliado de Temer.
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