Na abertura da primeira reunião ministerial como presidente em definitivo, Michel Temer (PMDB) exigiu que seus comandados não levem “ofensa para casa” e reajam a quem chamar o atual governo de golpista. “Golpista é você, que está contra a Constituição. Agora falou, nós respondemos”, afirmou, ao longo de um discurso de quase 20 minutos.
No Senado, Michel Temer é empossado presidente do Brasil
Leia a matéria completaAlém disso, num pedido claro à base aliada, cobrou a atuação dos ministros junto às bancadas de cada partido no Congresso para a aprovação de propostas das quais o Executivo “não abre mão”, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto dos gastos públicos. Sobrou tempo também para uma primeira estocada no PSDB, que manifestou contrariedade com a decisão do Senado – amparada sobretudo pelo PMDB − de manter os direitos políticos de Dilma Rousseff (PT). Já há boatos, inclusive, de um possível desembarque dos tucanos do novo governo. “Se há gente que não quer que o governo dê certo, que se declare contra [nós].”
Aos ministros, Temer declarou que gerar emprego deve ser a primeira preocupação do seu governo, para vencer a “assustadora” cifra de 12 milhões de desempregados. Na sequência, ressaltou contar com o apoio dos aliados no Congresso para a aprovação de “reformas urgentes” e pediu o apoio dos ministros para que parlamentares e a sociedade possam entender temas “mal compreendidos”. Como exemplo, citou o teto dos gastos públicos – que disse esperar aprovar ainda neste ano –, a reforma da previdência e a modernização das relações trabalhistas.
Numa indireta ao governo Dilma, de quem o PMDB cobrava mais participação nas decisões de políticas públicas, afirmou que o Executivo é um “conjunto de partidos”. “Não é um partido que está no poder e que despreza os demais. Ao contrário”, disse.
Por fim, também justificou a importância de sua ida à China na noite desta quarta-feira (31), onde participará da reunião do G20, e pediu que os ministros divulguem a viagem. Segundo ele, é preciso ir ao exterior rechaçar a tese do golpe, mostrar que o Brasil tem estabilidade política e segurança jurídica e buscar recursos. Temer revelou que terá encontros bilaterais com os mandatários da China, Japão, Espanha, Itália e Arábia Saudita.
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