Temer na solenidade de migração de 244 emissoras de rádio da frequência AM para a FM.| Foto: Marcos Corrêa/Presidência

Seis meses depois de assumir a Presidência e com baixa aprovação, o presidente Michel Temer (PMDB) minimizou a popularidade fraca do governo. Nesta segunda-feira (7), em cerimônia a radialistas no Planalto, Temer relacionou a alta rejeição popular ao pacote de medidas para cortar gastos, e disse que todos os governantes desejariam gastar o “máximo possível”. Segundo o Ibope, em pesquisas de julho a outubro, o porcentual da população que classifica o governo de “ótimo” e “bom” subiu somente um ponto: de 13% para 14%.

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“Qual é o governante que não quer gastar o máximo possível? Porque o gasto traz popularidade, e restringir o gasto pode trazer impopularidade. Mas não pensamos apenas no Brasil de hoje, mas no Brasil de amanhã”, disse o presidente.

Temer tornou-se presidente interino em 12 de maio, com o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff, e efetivou-se no Planalto em 31 de agosto. A primeira pesquisa que o avaliava como interino, divulgada pelo Ibope em 1.º de julho, trazia uma aprovação de 13% e rejeição de 39%. Em setembro, o mesmo instituto mostrou que a avaliação do governo como “ótimo” e “bom” variava de 8% a 19% nas capitais. Em outubro, levantamento do Ibope indicou que 14% da população aprovava a gestão de Michel Temer, e 39% a rejeitava.

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Migração do AM para FM

Em discurso no evento no Palácio do Planalto em que anunciou a migração de 244 emissores de rádio do sistema AM para a faixa FM, Temer exaltou o apoio do Congresso, como costuma fazer na maior parte das vezes desde que assumiu a Presidência interinamente. Em suas falas, não é praxe que a popularidade do governo seja abordada diretamente.

Falando a radialistas, Temer citou o filme “Se todos os homens do mundo”, de 1956, para mostrar a importância do rádio. Na obra, um rádio amador evitou um naufrágio. “Este ato de hoje, em que os senhores vão se comunicar com o povo todo, os senhores vão ajudar o Brasil a impedir que ele naufrague”, afirmou o presidente, que lembrou da relevância das rádios locais durante sua infância no interior de São Paulo. “Nós todos tínhamos, ao longo do curso ginasial, uma extraordinária sedução pelas informações das emissoras locais.”