O presidente interino, Michel Temer (PMDB), confirmou que virá a Curitiba para inaugurar “oficialmente” a Casa da Mulher Brasileira. O espaço – que reúne uma série de serviços de acolhimento e proteção à mulher – iniciou as atividades nesta quarta-feira (15), sem a presença de nenhum integrante do governo federal. Apenas o prefeito Gustavo Fruet (PDT) e algumas autoridades locais fizeram o que chamaram de “visita técnica”, antes que a unidade abrisse as portas.
Segundo nota divulgada pela Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, do governo federal, Temer fará a inauguração oficial da Casa no dia 28 de junho, uma terça-feira. O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, também deve vir à capital paranaense para a solenidade.
Grupos feministas chegaram a se manifestar, durante a visita realizada nesta quarta-feira. As militantes repudiam o fato de a Casa da Mulher Brasileira vir a ser associada ao governo Temer. Na terça-feira (14), em entrevista à Gazeta do Povo, integrante da comissão de estudos de violência de gênero da seccional paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), Vanessa Fogaça Prateano, criticou o que considera ser oportunismo político.
“O governo interino age com total omissão e desrespeito ao tema. Não tem qualquer histórico de defesa das mulheres. Eu acho lamentável que o nome dele [Temer] venha a ficar cravado em uma placa de um projeto que é uma conquista histórica do movimento feminista”, destacou.
Os coletivos comemoram o início das atividades da Casa da Mulher Brasileira, mas querem ter a certeza de que o espaço vai, de fato, funcionar como uma rede de proteção. “Apesar de ser um paliativo, a Casa [da Mulher] é um grande avanço, mas precisamos de garantias de que vai funcionar. Estamos em uma sociedade em que pontos da Lei Maria da Pena não funcionam e estamos sob um governo interino que deixa claro que não se interessa por políticas voltadas às mulheres”, disse Jussara Cardoso, uma das organizadoras da Marcha das Vadias.
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