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Liminar do TSE livra Bernardo Carli da perda do mandato de deputado estadual por uso de caixa dois até o julgamento definitivo do caso | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Liminar do TSE livra Bernardo Carli da perda do mandato de deputado estadual por uso de caixa dois até o julgamento definitivo do caso| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Outro erro derruba projeto do feriado da Consciência Negra

Outro erro de digitação serviu para tirar ontem da pauta de votações da Assembleia o projeto de lei que prevê a criação do feriado do Dia da Consciência Negra em 20 de novembro. Como já ocorre em outros oito estados brasileiros, o feriado homenageia Zumbi – líder do Quilombo dos Palmares formado no século 17 na região de Alagoas. A proposta é do deputado Professor Lemos (PT).

Desta vez, o erro estava no relatório da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que aprovou o projeto há algumas semanas. No fim do voto do relator na CCJ, deputado Evandro Júnior (PSDB), foi escrito que ele votava pela "ilegalidade" do projeto. A questão foi levantada pela deputada Marla Tureck (PSD) e causou alvoroço no plenário. Para sanear o erro, não bastou que o relator reconhecê-lo e esclarecer aos demais que tinha votado pela legalidade do projeto. O presidente da Assembleia, Valdir Rossoni (PSDB), preferiu suspender a discussão por cinco sessões e reenviar o projeto à CCJ. "O mesmo rigor e critério que exigimos do TRE, precisamos ter também. Não posso tomar duas decisões diferentes sobre um mesmo fato", justificou Rossoni. Ele se referia à cassação do mandato do deputado Bernardo Ribas Carli (PSDB). No ofício que comunica a decisão, a Justiça Eleitoral chama o parlamentar de "deputado federal" em vez de "deputado estadual".

Dezenas de pessoas ligadas ao movimento negro acompanhavam a votação e saíram frustradas ao final da sessão. No entanto, se fosse votado, o projeto caminhava para ser derrubado pela maioria governista. O deputado Reinhold Stephanes Jr. (PMDB) disse que o autor da proposta constrangia os deputados obrigando-os a votar uma proposta "inexequível", que prejudica a economia do estado. O deputado Ademar Traiano (PSDB), líder do governo As­­­sembleia, disse que o projeto dava margem para que outras etnias também pedissem seus próprios feriados.

Peemedebista sai em defesa de tucano

O subterfúgio que impediu a Assembleia de cassar o mandato do deputado Bernardo Carli (PSDB) deu motivo a várias manifestações de solidariedade dos colegas no plenário. O líder do PMDB na Assembleia, deputado Caíto Quintana, subiu à tribuna em apoio a Carli e colocou em dúvida os depoimento dos cabos eleitorais colhidos pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) que originaram a cassação do tucano por caixa dois.

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Um erro de redação na sentença de cassação do mandato do deputado estadual Bernardo Carli (PSDB) foi usada ontem pela Assembleia Legislativa do Paraná para salvar, ao menos temporariamente, o mandato do parlamentar. O equívoco foi no voto do relator do processo, o juiz Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que determinou a perda da vaga de "suplente de deputado federal Bernardo Carli". O tucano foi condenado por uso de caixa dois e prestação irregular de contas na campanha eleitoral no ano passado.

O deslize de grafia no voto do juiz foi mantido no ofício enviado pelo TRE, que pedia a cassação imediata do deputado estadual. Após a leitura em plenário do ofício pelo presidente da Assembleia, Valdir Rossoni (PSDB), o deputado Reni Pereira levantou uma questão de ordem recomendando que o caso fosse enviado para a procuradoria da Assembleia para a análise do caso. Rossoni acatou o pedido. "Vale o que está escrito", ponderou.

O fato impediu que a Assem­­­bleia cassasse ontem o diploma de Carli e convocasse o suplente, Antonio Carlos Belinati (PP), para tomar posse em seu lugar. O caso "comoveu" parte dos colegas de plenário do tucano, que aproveitaram para manifestar solidariedade ao parlamentar.

Depois de decidir que o caso será remetido para a procuradoria da Casa, Rossoni leu, também em plenário, a defesa protocolada pelos advogados do deputado, Júlio Brotto e René Dotti, que entraram com o pedido de defesa administrativa parlamentar no Legislativo. A defesa pede que Carli não perca o mandato enquanto o recurso da defesa não for julgado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que o deputado possa apresentar defesa também à Mesa da Assembleia.

Formalismo

Os juízes do TRE se reuniram ontem à tarde e foram informados da decisão da Assembleia provocada pelo erro de nomenclatura de Bernardo Carli. A assessoria do tribunal informou que o texto foi corrigido ontem durante a sessão e será reenviado hoje ao Legislativo paranaense.

Um formalismo "inútil" no entendimento do professor de Direito Constitucional Egon Moreira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). "O erro material não altera a substância da decisão e nem inibe os seus defeitos". Ele explica que este tipo de discussão foi "superada pelo Direito no século 17" e tanto a análise quanto a emissão de um novo ofício pelo TRE são desnecessárias". Ontem, na mesma sessão legislativa, outro projeto foi adiado com a mesma justificativa.

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