No início da noite desta quarta-feira, o governo conseguiu aprovar o texto da medida provisória que estabeleceu um aumento de 5,01% aos aposentados, mas adiou para quinta-feira a votação nominal do aumento de 16,67% - defendido pela oposição. Inseguro em relação ao resultado, o vice-líder do PT, deputado Luiz Sérgio (RJ) pediu que o painel - que registrava a presença de 438 deputados - fosse zerado.

CARREGANDO :)

- Não sabemos quantos destes 438 deputados estão em Brasília e quantos já viajaram. É uma estratégia de votação - justificou Luiz Sérgio.

A sessão, esvaziada, terminou meia hora depois sem a votação do aumento. Dificilmente haverá quórum nesta quinta-feira para votar a MP. É que são necessários pelo menos 257 deputados em plenário, mas o governo deverá esvaziar novamente a sessão. O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), admitiu que apesar do comprometimento dos líderes com o aumento de 5,01%, não há como saber como se comportará a base aliada nesta votação.

Publicidade

Durante as eleições, o governo foi derrotado com votos favoráveis da maior parte dos deputados da base. Esse resultado impôs ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o constragimento de vetar o aumento de 16,67%, incluído pela oposição no texto da medida provisória que estabeleceu o novo valor do mínimo em pleno período eleitoral.

- A certeza absoluta do resultado só teremos com a abertura do painel. Mas uma matéria tão importante só pode ser votada com um quórum representativo da Casa - argumentou Chinaglia.

O emenda aglutinativa da oposição divide o aumento de 16,67% em dois tópicos: um, que garante os 5,01% e outro que acrescenta a este reajuste o percentual de 11,1%. Desta forma, a oposição obriga o presidente a um novo veto, mas deixa uma saída para que o aumento de 5,01% - que os aposentados já estão recebendo - seja mantido. Durante toda a votação de ontem, a oposição manteve a pressão pela aprovação do aumento de 16,67%, o mesmo percentual dado aos trabalhadores que recebem o salário mínimo.

- Vamos ver, na votação nominal, quem está a favor e quem está contra os pensionistas - ameaçou o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).