TJ-PR mantém 104 garçons e garçonetes para atenderem magistrados e dirigentes.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) gasta mais de R$ 2,8 milhões por ano para manter os 104 garçons e garçonetes que atendem os magistrados e dirigentes das unidades do poder judiciário estadual em Curitiba, conforme os dados disponíveis no Diário de Justiça.

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Os números aparecem no Diário Oficial dia 21 de janeiro de 2016, em que o presidente Paulo Roberto Vasconcelos autoriza o remanejamento de alguns funcionários para novas sedes ou por necessidade de serviços. O contrato dos 104 garçons foi efetivado em 2014 e tem um custo de R$ 235.743,12 mensais ao Tribunal.

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Uma instrução normativa do Tribunal mostra que o serviço de garçons é de exclusividade dos Magistrados e Dirigentes do TJ-PR, assim como o consumo de água mineral. Os outros servidores dispõem de café em garrafas térmicas e água do bebedouro.

De acordo com o Diário de Justiça, o TJ-PR também autorizou a contratação de uma empresa para fornecer lanches e refeições ao custo de R$ 43 mil por mês. A panificadora que venceu a licitação deve fornecer, mensalmente ao Tribunal, 7 mil sanduíches em pão francês, pão de forma branco e pão de centeio, além de 3 mil refeições e 300 litros de refrigerante. Para isso, a empresa deve receber R$ 43.397 mil por mês. A contratação segue agora para o Departamento de Gestão de Serviços Terceirizados para as providências de contratação.

Críticas

O Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sindijus-PR) enviou uma nota de repúdio aos gastos apresentados pelo Tribunal de Justiça. De acordo com o Sindicato, os servidores do Poder Judiciário aguardam o atendimento de suas demandas por melhores condições de trabalho, que são proteladas pela administração do TJ-PR sob o argumento de falta de recursos. “Se realmente vive-se um momento de crise econômica e de contingenciamento de gastos, é incompreensível a atitude de criar novas despesas”, diz a nota.

TJ-PR vai limitar gasto

O presidente do TJ-PR, Paulo Roberto Vasconcelos, afirmou que a contratação dos garçons ocorreu ainda em 2014, após licitação autorizada pelo antecessor no cargo. Agora, em janeiro, houve prorrogação por mais um ano, como previa o contrato inicial. Segundo ele, são funcionários que já atendem os diversos prédios do Judiciário e que a prorrogação era necessária.

A respeito do contrato dos serviços de alimentação, Vasconcelos disse que ele é direcionado a pagar lanches e/ou marmitas para os jurados do Tribunal do Júri; aos detentos da Colônia Penal Agrícola que trabalham na Oficina de Recuperação de Mobiliário e aos policiais militares que atuam nas dependências do Judiciário. O presidente do TJ disse que o contrato prevê despesa máxima de até R$ 43 mil ao mês, mas que após analisar o contrato decidiu determinar teto máximo de gasto de R$ 20 mil mensais. “O contrato previa limite de até R$ 43 mil, não que esse valor fosse fixo. Mas uma portaria vai determinar que o gasto não passe de R$ 20 mil”, afirmou.

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