O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Antonio Dias Toffoli votou nesta quinta-feira (13) pela condenação de sete réus do mensalão por lavagem de dinheiro. Ele considerou culpados a dona do Banco Rural, Kátia Rabello, o vice-presidente Vinicius Samarane e o ex-vice-presidente José Roberto Salgado. Também votou pela condenação do empresário Marcos Valério e seus ex-sócios, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach, além de sua ex-funcionária Simone Vasconcelos. Os ministros Joaquim Barbosa, Luiz Fux e Rosa Weber também votaram nessa linha.
Toffoli seguiu o revisor, Ricardo Lewandowski, e inocentou o advogado do empresário Rogério Tolentino e a ex-funcionária da agência Geiza Dias. Rosa Weber divergiu do relator e inocentou Geiza também por falta de provas.A ex-diretora do Rural Ayanna Tenório foi absolvida pelos cinco que votaram até agora. O revisor também inocentou Samarane.
No voto, o ministro informou que estava mudando de posição sobre o crime de lavagem adotada em julgamentos anteriores.Toffoli afirmou que foi convencido de que crime de organização criminosa é antecedente para o de lavagem. O ministro disse que a lavagem ocorreu por meio da concessão e das renovações de empréstimos do Banco Rural ao grupo de Valério, cerca de R$ 32 milhões, e na distribuição dos recursos sem a verdadeira identificação dos beneficiários.
Mensalão
Em sua fala, Dias Toffoli afirmou que, diante dos votos dos colegas ao longo do julgamento, o Ministério Público Federal comprovou apenas a existência do "valerioduto", mas não ainda o da compra de apoio político no Congresso --o mensalão propriamente dito.
Ao dizer isso, Toffoli afirmou que o esquema do "valerioduto" já foi utilizado anteriormente, fazendo referência à investigação sobre irregularidades na campanha do tucano Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais, em 1998.
"A denúncia conseguiu comprovar o valerioduto. Havia uma tecnologia de movimentação financeira por parte de um grupo de Minas Gerais, investigado em denúncia de outros casos, que já havia usado a tecnologia."
Segundo o Ministério Público, os dirigentes do Banco Rural o empresário Marcos Valério e seus ex-sócios movimentaram milhões de reais de forma suspeita e omitiram os reais recebedores dos recursos e desrespeitaram normas dos órgãos de controle.
O Rural teria injetado R$32 milhões no esquema por meio de empréstimos simulados. O Supremo também já decidiu que houve desvio de recursos públicos do Banco do Brasil (cerca de R$ 73 milhões) e da Câmara para o esquema.
"Aquilo que a imprensa chamou de mensalão são cenas que assistiremos no próximo capitulo. Ou seja, se os recursos foram utilizados para compra de voto no Congresso Nacional", disse.
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