Recém empossado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), José Antonio Dias Toffoli fez mistério sobre se votaria ou não no processo de extradição de Cesare Battisti. Toffoli negou-se, até nesta quarta-feira (11), a revelar se participaria do julgamento, se declararia ser suspeito ou pelo menos a dizer se já estava com voto pronto para uma eventualidade. "Não sei", despistava. "Vou decidir na hora", acrescentava. Um eventual voto de Toffoli em favor de Battisti pode ser decisivo para o arquivamento do pedido de extradição feito pelo governo da Itália. Quando o refúgio foi concedido pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, Toffoli ainda era advogado-geral da União e não participou, como ministro do STF, do início do julgamento.
Na sessão iniciada em setembro, o então advogado-geral da União permaneceu sentado, durante praticamente toda a sessão ao lado do advogado de defesa de Battisti, Luís Roberto Barroso. Mas não chegou a se manifestar em momento algum sobre o caso em caráter oficial. Designou para isso uma advogada da União, Diante isso, o advogado que representa a Itália, Nabor Bulhões está preparado para questionar os demais ministros se Toffoli poderá ter voto neste caso. Uma eventual questão de ordem nesse sentido deverá ser analisada pelo plenário. De acordo com ministros e ex-ministros da Corte, não há impedimento regimental para que Toffoli vote neste caso. Uma decisão - de participar ou não - dependeria apenas dele. Diante dessa dúvida, parlamentares interessados no caso e o advogado de Battisti pediram audiências com o ministro na tentativa de convencê-lo a votar pelo arquivamento da extradição. Toffoli atendeu aos pedidos e recebeu os memoriais do caso. Nabor Bulhões, que promete questionar a participação do novo ministro, não o procurou para tratar do caso.
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