O retorno do fim de semana prolongado teve um clima de tranqüilidade nos aeroportos do país. Depois dos tumultos registrados desde que os controladores de vôo deram início à operação padrão, a Infraero e o Comando da Aeronáutica consideraram o tráfego aéreo deste domingo de volta do feriadão quase normal.
Segundo a Secretaria de Comunicação da Aeronáutica, não foi registrado qualquer incidente na volta dos passageiros do feriado prolongado. Os atrasos seriam de responsabilidade das companhias aéreas, sem relação com o controle do tráfego aéreo.
Segundo as autoridades, os atrasos variaram entre 15 e 25 minutos, mas em Recife alguns vôos demoraram até duas horas e, no Rio, os atrasos chegaram a 1h45m. Nada que se compare, porém, às 18 horas de espera que alguns passageiros relataram ter enfrentado na quinta-feira passada.
Rio - No domingo, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, de 268 vôos, 31 tiveram atraso e 11 foram cancelados. A demora chegou a 1h45m, tempo considerado normal pela Infraero, por causa do início do horário de verão. No Santos Dumont, a demora chegou a 45 minutos.
A Gol registrou atrasos de 30 minutos em 16 vôos por razões técnicas. No fim da tarde, oito vôos da companhia sofreram demora de uma hora devido ao intenso fluxo aéreo. A TAM informou que a demora variou entre 20 e 30 minutos.
Brasília - Em Brasília, onde no auge da crise passageiros chegaram a esperar mais de dez horas, os atrasos ontem não passaram dos 20 minutos, com 30 controladores de vôo trabalhando em turnos de oito horas.
São Paulo - Estavam previstos 624 vôos, com cerca de 48 mil pessoas. No Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, 12 partidas foram canceladas e alguns pousos atrasaram até duas horas.
Por volta das 13h30m, um avião da empresa Gol teve de fazer um pouso de emergência no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). O vôo 1.751 seguia de Goiânia para o aeroporto de Congonhas, também em São Paulo, mas teve que pousar em Guarulhos depois que o piloto detectou problemas em um dos flaps da aeronave (mecanismo que é acionado em pousos e decolagens para diminuir a velocidade). O piloto decidiu pousar antes, por medida de segurança. Ninguém ficou ferido.
Bahia - Salvador esperava para o domingo 240 operações. Os poucos atrasos não chegaram a 30 minutos e nem mesmo a transferência de última hora do embarque do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que retornava a Brasília, no fim da tarde de domingo, alterou a rotina no terminal aéreo. Lula sairia da Base Aérea, mas seu embarque acabou sendo numa das pistas do Aeroporto Internacional Deputado Luiz Eduardo Magalhães.
Pernambuco - O Aeroporto dos Guararapes funcionou sem transtornos . Foram 40 chegadas e 38 partidas. Houve atrasos de 1h50 a duas horas em sete pousos e sete decolagens.
Minas Gerais - O movimento tanto no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, como no da Pampulha esteve normal ontem. Foram registrados pequenos atrasos.
Paraná - No aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, a situação era de normalidade, com poucos atrasos. Foram 154 pousos e decolagens levando 9.700 passageiros.
Rio Grande do Sul- Só houve dois atrasos nas 36 chegadas no Aeroporto Salgado Filho. As 41 partidas saíram no horário.
Em 11 dias de crise, 43% dos vôos foram seriamente afetados
Segundo avaliação da Infraero, as medidas emergenciais adotadas pela Aeronáutica surtiram efeito e os aeroportos devem operar normalmente a partir desta semana, com a convocação de militares da reserva para reforçar as equipes. Balanço divulgado neste domingo pela estatal mostrava que, devido à operação padrão dos controladores de vôo, 43% dos vôos entre os dias 25 de outubro e 4 de novembro foram afetados. Das 14.700 decolagens previstas no período, 1.176 foram canceladas, ou 8% do total, enquanto que 5.145 vôos (35%) tiveram atrasos de até 15 horas, segundo a Infraero.
Para o presidente da estatal, brigadeiro José Carlos Pereira, ontem as operações já estavam dentro dos padrões de normalidade.
Os passageiros que se sentiram lesados pelos atrasos e cancelamentos de vôos registrados nos últimos dias estão protegidos pelo Código de Defesa do Consumidor e devem recorrer à empresa aérea para serem ressarcidos dos prejuízos .