Defesa de Cerveró pede que Sérgio Moro seja afastado do caso
A defesa do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró pediu nesta segunda-feira (26) que o juiz federal Sérgio Moro seja afastado do caso. Entre os argumentos, o advogado Edson Ribeiro afirma que a Lava Jato não está sob jurisdição da Justiça Federal de Curitiba, e sim da Justiça Federal do Rio de Janeiro, que é onde fica a sede da Petrobras. Segundo Ribeiro, Cerveró vai permanecer calado em todos os depoimentos até que o pedido seja analisado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
Cerca de três horas após a defesa do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerverópedir a intimação da presidente Dilma Roussef como testemunha de defesa, o advogado Edson Ribeiro voltou atrás de decidiu substituí-la. Por volta das 13h45 dessa segunda-feira (26), Ribeiro protocolou a defesa na ação penal que acusa Cerveró de receber propina pela contratação da Samsung para aquisição de navios-sonda. Entre as testemunhas arroladas estava a presidente Dilma Rousseff, que pertenceu ao Conselho de Administração da Petrobras.
Cerca de três horas depois, por volta das 16h30, a defesa desistiu da entrevista e protocolou um documento pedindo a substituição de Dilma por Ishiro Inagaki, que teria tido relação com a aquisição dos navios. A justificativa, de acordo com Ribeiro, é que a defesa "se enganou" ao intimar a presidente. "Conversando agora há pouco com o Nestor Cerveró sobre as testemunhas que arrolei, ele me alertou que a aquisição das sondas foi uma decisão da diretoria internacional, não passando pelo Conselho de Administração", disse Ribeiro.
Dilma era membro do Conselho de Administração da estatal na época da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que teria gerado um prejuízo de milhões à estatal. O advogado já havia afirmado que a compra de Pasadena não poderia ser responsabilidade de Cerveró, já que de acordo com o estatuto da Petrobras a decisão só pode ser tomada pelo Conselho de Administração, do qual Dilma fazia parte na época da compra. Ribeiro não descartou a hipótese de intimar a presidente caso a compra de Pasadena torne-se uma ação penal contra seu cliente.
Entenda o caso
Nestro Cerveró está preso desde o dia 14 de janeiro na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Ele foi preso ao desembarcar de Londres no Rio de Janeiro sob a alegação de que estaria tentando se desfazer de seu patrimônio. Ele responde a uma ação na Justiça Federal de Curitiba por ter recebido propina para firmar dois contratos para aquisição de navios-sonda da Samsung.
O executivo Júlio Camargo afirmou em delação premiada que procurou o lobista Fernando Baiano para intermediar o contrato com a área internacional da Petrobras. Camargo afirmou ter pago R$ 40 milhões em propina pelos dois contratos ao ex-diretor Nestor Cerveró.
Além da ação penal, há um inquérito aberto contra o ex-diretor que apura sua responsabilidade na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A compra teria gerado um prejuízo de milhões de reais à estatal.
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