Pelo menos três parlamentares paranaenses devem compor a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará as relações do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com o poder público. O senador Alvaro Dias (PSDB) e os deputados federais Rubens Bueno (PPS) e Fernando Francischini (PSDB) serão indicados oficialmente nesta quinta-feira (19) para compor a comissão.

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Essa lista pode crescer, já que nem todos os nomes foram indicados até o momento.Ao todo, serão 15 senadores e 15 deputados federais na CPMI. Cada um tem direito a um suplente. Dessas 30 vagas, apenas seis serão da oposição. Mesmo assim, Dias afirma que tem conversado com lideranças do PT e do PMDB para tentar garantir uma divisão no comando da comissão – um dos lados ficaria com a presidência, o outro com a relatoria, o que o senador considera uma forma de dar mais credibilidade ao processo.

Entretanto, ele acredita que as chances disso acontecer são remotas.Segundo as investigações da Polícia Federal, o esquema de Cachoeira envolvia políticos ligados ao governo, como o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e à oposição, como o senador Demóstenes Torres (DEM), além de empresas que prestam serviços para ambos os lados, como a Delta, que recebeu R$4 bilhões do governo federal desde 2007. Logo, ambos os lados tem interesses e receios em relação às investigações.

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Para Bueno, a oposição deve exigir que todos os fatos sejam apurados, mesmo aqueles que envolvem a oposição. "Na CPI, não há bancada de oposição e de situação. O parlamento tem o dever de investigar todas as denúncias", afirma."Isso é algo muito grave e envolve muita gente, portanto a opinião pública exige uma resposta". O deputado afirma, também, temer que o governo dificulte as investigações.

Mensalão

Na semana passada, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, mencionou que a CPI poderia ajudar a "desbaratar a farsa do mensalão". Para Francischini, a tendência é que o contrário aconteça. "Na verdade, pode ser que a gente ache mais uma ponta do iceberg do mensalão na Delta", afirma o deputado.

Já Dias diz acreditar que a CPI possa servir como estímulo para o Supremo Tribunal Federal dê prosseguimento para o julgamento do caso. Além disso, ele condena a declaração de Falcão. "Farsa é afirmar que o mensalão não existiu", afirma o senador.

Indicados

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Além dos três paranaenses da oposição, alguns outros nomes já foram anunciados por seus partidos. No Senado, veteranos como Renan Calheiros (PMDB-AL) e o ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) estão entre os indicados. Pedro Taques(PDT-MT) e Randolfe Rodrigues(PSOL-AP), que compunham com Demóstenes o grupo apelidado de "os três mosqueteiros", também devem ser indicados – respectivamente, em vagas cedidas pelo PT e pela oposição. Do Senado deve sair o provável presidente da CPMI: Vital do Rego (PMDB-PB).

Já na Câmara, além dos dois paranaenses, a oposição vai contar também com Carlos Sampaio (PSDB-SP), já anunciado como um dos indicados do partido. No lado governista, alguns nomes são especulados: o ex-líder do governo na Casa, Cândido Vacarezza (PT-SP) e o ex-ministro de Relações Institucionais e da Pesca, Luiz Sérgio (PT-RJ) estão cotados.

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