A Coligação Paraná da Verdade, do candidato a governador Osmar Dias (PDT), ingressou ontem na Justiça Eleitoral com um pedido de queixa-crime contra o governador Roberto Requião (PMDB). O motivo da ação seria o "cometimento de crime contra a honra do senador", que teria sido acusado por Requião de comprar o apoio político do PP e do PTB para a sua campanha.
De acordo com a representação, o governador teria feito a denúncia durante a reunião do projeto Mãos Limpas, no último dia 10. O senador Osmar Dias disse ontem que o governador fez uma acusação "grave e sem nenhum fundamento" diante de autoridades do Ministério Público e juízes. Os partidos que fazem parte da aliança PP e PTB sentiram-se ofendidos e decidiram recorrer à Justiça Eleitoral. "Nos últimos dois anos, todos os partidos ouviram a mesma coisa, que não tenho nada a oferecer a não ser a minha história na vida pública e o meu trabalho. É uma aliança política, não um negócio", disse Osmar.
O advogado do PMDB, Guilherme Gonçalves, negou que tenha sido feita qualquer acusação, durante a última reunião do projeto Mãos Limpas, contra os partidos que estão na coligação adversária. "Conversei com o secretário de Segurança, Luiz Fernando Delazari, e ele disse que sequer discutiram a questão eleitoral na reunião", garantiu o advogado.
Gonçalves não concorda com a iniciativa da coligação Paraná da Verdade em levar o assunto ao TRE. "É preciso distinguir as críticas das ofensas, criminalizar o debate eleitoral é coisa de quem não está pronto para a campanha", disse. "Mesmo assim, vamos tomar as medidas de defesa."
Durante seus discursos, inclusive o do último sábado, Requião tem afirmado, sem citar nomes, que foi procurado por partidos e políticos regionais pedindo dinheiro em troca de apoio. O peemedebista usa sempre o termo "alcatra do unicórnio do chifre dourado" para se referir ao assunto. No "politiquês", cada quilo dessa carne equivale a R$ 1 milhão. (KC)
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