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Com a concordância dos governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), o PSDB admite negociar com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva a prorrogação da CPMF no Senado. Cientes de que dispõem de votos necessários para a decisão, os tucanos reclamam que falta diálogo por parte do Executivo.

"Não passa a CPMF sem os votos do PSDB, não passa. Sem uma negociação que seja menos autoritária e mais brasileira não passa", disse a jornalistas o senador Arthur Virgílio, líder da bancada de 13 parlamentares no Senado, de um total de 81.

Virgílio esteve no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, afinando o discurso com os demais líderes da legenda em relação à prorrogação da CPMF até 2011, como quer o governo. No encontro estavam presentes Serra, Aécio, o senador Tasso Jereissati (CE), presidente do PSDB, e o deputado Antonio Carlos Pannunzio, líder da bancada na Câmara.

Apesar de não ter concedido entrevistas, a reunião no Bandeirantes é uma mudança de postura de Serra. Até a semana passada, ele dizia publicamente que a CPMF era uma questão do Congresso.

"O tempo nosso de paciência em relação à soberba do governo está se esgotando. Não fechamos questão. Estamos aguardando que o governo desça desse pedestal para vermos se tem alguma coisa que ele nos proponha que seja aceitável e palatável para a sociedade", acrescentou Virgílio.

Os tucanos, no entanto, evitaram divulgar propostas concretas em relação à CPMF. Afirmaram apenas que querem reduzir a carga tributária, freando os gastos federais, que consideram crescentes.

"Nosso interesse é defender a sociedade da gula tributária do governo", disse.

O senador descartou propostas que vêm sendo divulgadas nos últimos dias. Disse que é "perfumaria" uma possível isenção da CPMF para quem tem renda até 1.200 ou 1.700 reais. Mudanças na Cide, o imposto do combustível, e mesmo inclusão de medidas em uma possível nova reforma tributária também foram afastadas.

Já a aplicação dos recursos da CPMF apenas na saúde estaria entre os interesses dos tucanos, segundo um dos participantes da reunião.

Potenciais candidatos à sucessão de Lula, Serra e Aécio teriam interesse na manutenção da contribuição que gera 40 bilhões de reais por ano ao caixa do governo. Já a governadora Yeda Crusius (RS) apoiou moção dos governadores do Sul pela prorrogação do imposto.

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