Tucanos reagiram às críticas feitas pelo vereador paulistano Gabriel Chalita ao PSDB, partido no qual militou por mais de 20 anos e do qual anunciou a desfiliação na semana passada. Terça-feira (29), Chalita ingressa formalmente no PSB, aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no governo federal, para disputar o Senado em 2010

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O presidente municipal do PSDB, José Henrique Reis Lobo, afirmou que as declarações de Chalita mostram que "o ruído provocado pela sua saída do PSDB talvez tenha colocado fora de controle a sua pretensão e vaidade".

O secretário estadual da Educação, Paulo Renato Souza, também questionou as afirmações do vereador. "De repente, ele se deu conta de que as coisas não são como ele pensou. Estranho. Soa mais como oportunismo político", disse.

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Em entrevista ao Grupo Estado, publicada no fim de semana, o vereador criticou a gestão da educação em São Paulo, alegando que a atual administração passa a imagem de que os professores são "vagabundos". Disse também que não tinha espaço no partido por ser aliado do ex-governador Geraldo Alckmin, a quem teceu elogios.

Insinuou que o governador José Serra e aliados estariam por trás de críticas a sua formação intelectual. "De repente, começou a surgir coisa de todos os lados. Escritor de autoajuda, fez biografia da Vanusa. De uma hora para outra. Começaram a tratar meus programas de educação de forma vulgar. Não sei se foi ele que fez, mas foi uma coincidência", declarou.

Lobo, secretário estadual de Relações Institucionais e até então um dos principais defensores de Chalita no partido, afirmou que a fala do vereador revela ressentimentos pessoais. "Ele saiu do partido dizendo que apenas procurava um espaço e uma tribuna para expor suas ideias. Sua fala, revela, no entanto, que fez por fortes ressentimentos pessoais", disse. "Além disso, ao fazer uma enorme futrica envolvendo os nomes de Serra e Alckmin, pode dar razão aos que acreditam que a elegância e a sobriedade, que pareciam características suas, tenham sido apenas uma farsa que não lhe convém mais representar."

Contraponto

Paulo Renato afirmou não ser verdade que o Estado parou programas implementados por Chalita, quando secretário de Alckmin. "O Escola da Família e o Escola de Tempo Integral foram mantidos. Mas queremos ter a certeza de que funcionam."

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O secretário questionou o retrocesso de certos indicadores entre 2002 e 2006, período em que Chalita foi secretário. "Alguns indicadores tiveram desaceleração no período. Houve alta na taxa de absenteísmo dos professores. Não é uma crítica a Chalita. Mas buscamos programas que achamos mais efetivos na busca de qualidade. Cada governo tem uma prioridade."

Questionado sobre o mestrado internacional para professores, defendido pelo vereador, Paulo Renato disse que o programa continua. "Mas qual o impacto num conjunto de 230 mil professores? Buscamos mecanismos efetivos. Não queremos programas charmosos."