Além da pressão popular que vem sofrendo há cerca de seis meses devido às denúncias de irregularidades que a atingiram, a Assembleia Legislativa do Paraná (AL) foi palco de um tumulto ontem durante a votação do projeto da Lei da Transparência. Empunhando uma enorme faixa com a frase "Fora Mesa Diretora", estudantes do movimento "Caça-fantasmas" se desentenderam com o presidente da Casa, Nelson Justus (DEM), e com o deputado Jocelito Canto (PTB), único parlamentar que se manifestou contrário à Lei da Transparência. Diante da confusão, Justus encerrou a sessão em meio à votação dos projetos que constavam da ordem do dia.
Antes do início da sessão, por volta das 14h45, cerca de 15 estudantes estenderam a faixa nas galerias da Assembleia, irritando Justus. "Este banner ofende a Casa. Não inicio a sessão até os senhores retirarem a bandeira", disse o presidente do Legislativo. Apesar de terem esboçado gritos de "Vamos trabalhar", os manifestantes recolheram a faixa e receberam de Justus a garantia de que seriam respeitados enquanto estivessem na Casa. "Mas a qualquer manifestação que desrespeite a Assembleia, suspendo a sessão e votaremos esse projeto sabe-se lá quando", ameaçou.
A sessão transcorreu normalmente até o fim da tarde, quando os deputados começaram a comentar o projeto da Transparência em plenário. Após oito parlamentares se dizerem favoráveis à proposta, Jocelito revelou que votaria contra a matéria por considerá-la inconstitucional. "Sou a favor da transparência, mas não vou fazer demagogia com pessoas que querem se promover em cima da crise da Assembleia", afirmou, recebendo vaias dos estudantes. Em resposta, o petebista chamou os manifestantes de "15 gatos pingados". Ao retornar à sua cadeira no fundo do plenário, Jocelito foi xingado e atingido por objetos jogados da galeria. Visivelmente irritado, o parlamentar jogou os objetos de volta nos estudantes e retribuiu os xingamentos que recebeu.
Na sequência, Justus suspendeu a sessão. "Também já fui estudante. É uma atitude normal e democrática. Mas não podemos concordar com manifestações mal-educadas como essa", disse o presidente da Casa.
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