O presidente do PT, Rui Falcão, informou nesta quarta-feira, 15, em nota, que o tesoureiro João Vaccari Neto, preso na manhã de hoje pela Polícia Federal, “solicitou seu afastamento” do cargo “por questões de ordem práticas e legais”. Apesar do afastamento, a nota assinada por Rui mantém o discurso de “confiança na inocência de João Vaccari Neto”, apontado por investigações da PF como operador de propina do PT no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. “Reafirmamos nossa confiança na inocência de João Vaccari Neto, não só pela sua conduta à frente da Secretaria Nacional de Finanças e Planejamento, mas também porque, sob a égide do Estado Democrático de Direito, prevalece o princípio fundamental de que todos são inocentes até prova em contrário”, afirma Rui.
O presidente do partido classifica ainda como “injustificada” e “desnecessária” a prisão de Vaccari e informa que os advogados do tesoureiro estão apresentando um pedido de habeas corpus.
A decisão foi divulgada poucas horas depois de terminado o encontro que selou o destino do tesoureiro, entre Falcão e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após o acerto com Lula, a nota foi redigida em uma reunião entre Rui Falcão, o secretário de Comunicação José Américo Dias e o secretário-geral do partido, Romênio Pereira.
A prisão de Vaccari na manhã desta quarta-feira pegou os dirigentes petistas de surpresa. O presidente do PT estava em Brasília quando soube da decretação da prisão pelo juiz Sérgio Moro. Falcão não contava que houvesse uma decisão da Justiça contra Vaccari neste momento. Isso contraria, porém, informações de integrantes do Palácio do Planalto, que disseram já esperar a prisão do tesoureiro. Desde a prisão de ex-deputados, entre eles, André Vargas (ex-PT-PR) na sexta-feira da semana passada, o Planalto trabalhava com a possibilidade de que Vaccari pudesse ter o mesmo destino.
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Leia a matéria completaPara os dirigentes do PT, a prisão é uma reação ao depoimento de Vaccari na CPI da Petrobras , na semana passada, quando ele, na avaliação dos petistas, teria sido convincente ao defender a tese de que os investigadores da Lava-Jato estavam tentando criminalizar doações legais feitas ao partido.
O desligamento de Vaccari de suas funções no PT seria discutida na reunião do Diretório Nacional da legenda, marcada para sexta-feira em São Paulo. A corrente Mensagem ao Partido, segunda maior dentro da sigla, encabeçada pelo ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, já vinha defendendo publicamente o afastamento do tesoureiro durante as investigações.
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