O empresário Marcos Valério, acusado de ser o operador do mensalão, depôs nesta terça-feira na Procuradoria Geral da República por mais de seis horas. Valério admitiu ter se reunido com a Portugal Telecom, em Lisboa, na época da venda da Telemig, mas negou que o objetivo do encontro fosse arrecadar dinheiro para o PT e o PTB. Segundo ele, sua intenção era fazer contatos empresariais para suas agências de propaganda, já que a Telemig era uma de suas clientes.
Também nesta terça-feira, no Conselho de Ética da Câmara, o deputado Roberto Jefferson disse que dois emissários - do PT e do PTB - foram a Lisboa negociar com a Portugal Telecom uma maneira de acertar as contas dos partidos. A empresa negou a denúncia em nota oficial.
Marcos Valério entregou espontaneamente seu passaporte na Procuradoria Geral da República, para mostrar que não tem intenção de deixar o país. Ele voltou a propôr redução de pena, caso venha a ser condenado, em troca de informações. Ele pediu também para não ser preso e solicitou o desbloqueio das contas da sua mulher, Renilda Fernandes, no Banco de Boston. A Procuradoria ainda não respondeu aos pedidos do empresário.
Após o depoimento, Valério disse que apresentou novos nomes de pessoas que sacaram dinheiro da sua conta, diferentes dos já divulgados, e revelou ter entregue documentos que comprovariam os empréstimos em banco feitos pelas empresas dele para serem repassados a políticos do PT. O empresário afirmou, ainda, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não sabia dos empréstimos feitos por ele ao PT. Valério negou também conhecer Roberto Marques, assessor informal do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, acusado de ter sacado R$ 50 mil reais de contas das empresas.
- Não conheço. Não sei quem é Roberto Marques. Ouvi falar desse Bob pela imprensa - afirmou ele antes do depoimento.
Ao chegar para depor, Valério não quis falar sobre a intermediação de um empréstimo para a ex-mulher de Dirceu e afirmou que não acredita na existência do mensalão. Segundo ele, o dinheiro que ele repassou ao PT era para pagar dívidas de campanha.
- Eu acho que esse negócio de mensalão é uma ilusão. Eu acredito no que me informaram, no que foi me passado pelo PT na época, a respeito dos empréstimos - declarou ele.
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