Oficialmente, o deputado André Vargas (PT-PR) continua ocupando a primeira vice-presidência da Câmara dos Deputados. Embora a renúncia tenha sido anunciada no último dia 9 pelo líder do PT, Vicentinho (SP), até o momento, Vargas ainda não comunicou a decisão à presidência da Casa. O parlamentar paranaense licenciou-se do mandato por 60 dias, após denúncias de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na operação Lava Jato.
Como não houve comunicação oficial, Vargas continua no cargo de vice-presidente, embora afastado em função da licença do mandato parlamentar. Pelas normas da Câmara, a renúncia se concretiza por meio de ofício ao presidente da Casa, que tem de ser lido no plenário e publicado no Diário Oficial da instituição. Oficializada a renúncia, a Câmara tem até cinco sessões ordinárias para eleger o novo vice-presidente.
Na semana passada, em entrevista coletiva, Vicentinho informou que tinha recebido a carta em que o deputado comunicava a renúncia à primeira-vice-presidência da Câmara e chegou a distribuir cópias para a imprensa. No entanto, a carta oficial não foi protocolada na Câmara. Na carta entregue ao líder, Vargas diz que renunciou devido à instauração de processo contra ele naquele dia (9 de abril) no Conselho de Ética. "Tomo esta decisão para me concentrar em minha defesa perante o Conselho [de Ética] e para não prejudicar o andamento dos trabalhos da Mesa Diretora", diz o texto. Vargas menciona a intenção de preservar a imagem da Câmara, do PT e dos colegas, além de relatar o "intenso bombardeio de denúncias' que vem entrentando.
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