Três envolvidos em suposto falso sequestro são soltos em Ponta Grossa
Foram soltos na manhã desta segunda-feira (7) os três envolvidos no caso da vereadora de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, que, segundo a Polícia Civil, teria forjado o próprio sequestro
Advogados de defesa deixam caso da vereadora suspeita de forjar sequestro
Os advogados de defesa da vereadora suspeita de ter forjado o próprio sequestro em Ponta Grossa deixaram o caso no último sábado (5)
A vereadora de Ponta Grossa Ana Maria Branco de Holleben (PT), suspeita de ter forjado o próprio sequestro, deve assinar nesta segunda (7) ou na terça-feira (8) o pedido de afastamento da Câmara Municipal e do diretório do PT do município. Ela também deve ser alvo de uma CPI na Câmara.
A informação do afastamento da vereadora foi dada pelo deputado estadual Péricles de Mello, primo dela e também presidente do diretório municipal do PT de Ponta Grossa; e pelos vereadores.
Segundo eles, os familiares de Ana Maria devem entregar o pedido de licença ao Departamento de Processo Legislativo da Câmara, mas ainda não há informações de quanto tempo seria a licença nem do motivo pelo qual ela faz o pedido.
Os vereadores também dizem que há 17 assinaturas colhidas para criar a CPI que pretende investigar a atuação de todos os envolvidos no caso do suposto sequestro forjado e, especificamente, se houve quebra de decoro parlamentar por parte da vereadora. Oito assinaturas dos 23 vereadores da Casa já seriam suficientes para criar a Comissão.
Como a Casa está em recesso, é preciso aguardar o retorno dos trabalhos para colocar a CPI em funcionamento. A partir da data do protocolo, que deve acontecer na primeira semana de fevereiro, a Comissão terá 90 dias para investigar o caso.
Afastamento do partido
De acordo com Mello, o PT do Paraná, por meio do presidente estadual do partido, Enio Verri, já havia solicitado o afastamento de Ana Maria na última sexta-feira (4), mas a vereadora decidiu pedir ela própria o afastamento.
Na próxima quarta-feira (9), a Comissão de Ética do partido em Ponta Grossa vai começar a investigar o caso, o que, de acordo com Verri, deve durar cerca de duas semanas. "A comissão do município vai avaliar o procedimento dela e, enquanto isso, ela ficará afastada. Quando eles se manifestarem, emitirem algum parecer para nós do PT estadual, vamos discutir o futuro dela no partido juntos. No extremo, ela pode ser expulsa do PT", informou.
Mello afirma ainda que o inquérito policial relativo ao caso de Ana Maria ainda não está concluído e "pode haver desdobramentos muito maiores dos que já foram esclarecidos" quando a investigação estiver completa. "Nossa comissão de ética não vai julgar com base apenas no inquérito policial, porque isso pode dar confusão, mas muita coisa ainda tem que ser apurada".
Prisão
Na tarde desta segunda-feira, Fernando Madureira, um dos advogados que está cuidando do caso da vereadora afirmou à Gazeta do Povo que apresentou a 2ª Vara Criminal de Ponta Grossa um requerimento para reconsiderar a decisão judicial que mantém Ana Maria em prisão preventiva no quartel do Corpo de Bombeiros do município. A decisão foi emitida pelo juiz da Comarca da cidade na última sexta-feira (4).
Caso a Justiça não considere o requerimento e decida manter a vereadora em prisão preventiva, os advogados pretendem solicitar Habeas Corpus junto ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR).
Relembre o caso
A vereadora ficou desaparecida durante 24 horas, quando seu assessor Idalécio Valverde contou à polícia que ela havia sido raptada por quatro pessoas. Na manhã da quinta-feira, porém, Idalécio, mais o irmão Adalto Valverde da Silva e a esposa Suzicleia foram presos e, segundo policiais, contaram a farsa.
A vereadora teve a prisão pedida e foi encontrada no Hospital Regional sob efeito de sedativos, de onde saiu para a delegacia, na tarde de quinta-feira. Na sexta, teve a prisão preventiva decretada e foi encaminhada ao quartel do Corpo de Bombeiros.
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